Meio Ambiente

Cooperativa de sucata de São Sebastião deverá receber o dobro de materiais no Verão

Tamoios News
Foto: Rafael César

As atividades no novo prédio começaram no final de março, depois que um incêndio destruiu o espaço anterior; segundo os funcionários, o local é menor do que o antigo

Por Rafael César, de São Sebastião

A Copersuss (Cooperativa de Reciclagem União de São Sebastião) receberá toneladas de 17 tipos de materiais recicláveis nesta temporada de verão. No momento, a cooperativa recebe seis caminhões por dia, sendo que deverá descarregar 12 caminhões durante a temporada. A média é de três a quatro mil quilos por caminhão, que coletam os recicláveis do Centro e Costa Norte. Da Costa Sul, são recolhidos entre cinco e sete mil quilos de materiais.

São três caminhões que coletam na região Central e Costa Norte e os outros três na Costa Sul, lembrando que o número é duplicado no verão. A administradora da Coopersuss, Maria Luciana Costa de Souza, 40, explica que a quantidade de sucata que vem das ruas demandaria um local ainda maior do que o atual.

“Não posso reclamar, pois foi muito difícil ficar oito meses sem trabalhar com a sucata por causa do incêndio que ocorreu na antiga sede em setembro de 2015. No entanto, o novo polo é menor que o antigo. O lado bom foi que agora ficou mais fácil o acesso para os caminhões. No caso, a parte da logística foi positiva”, complementou Luciana.

O material é trazido pela a empresa Ecopav, responsável pela coleta seletiva do município. O novo galpão está localizado na avenida Engenheiro Remo Corrêa Silva, 41, na região Central da cidade.

Existem 21 pessoas fazendo todo o trabalho de triagem e prensa dos materiais. O principal material comercializado é o papelão, que no mês passado teve 39 toneladas negociadas. Tanto papelão quanto ferro são vendidos para Caraguatatuba. O valor do quilo do papelão é R$ 0,40. Já os vidros vão para São Paulo e garrafas Pet para Lorena. O quilo da garrafa Pet custa cerca de R$ 1,10.

Para o presidente da cooperativa, Antonio Rocha, 50, o trabalho desempenhado por ele e por toda equipe gera muito orgulho para todos. Ele conta que era lavrador no Maranhão e que quando começou a trabalhar na cooperativa descobriu uma nova paixão.

“Estou há 15 anos dentro da cooperativa e ver como ela está funcionando hoje, me dá muito orgulho. Temos setores específicos e que nos ajudam no dia a dia. Gosto muito do meu emprego e pretendo trabalhar por muito anos aqui ainda”, concluiu o presidente.

Luciana relata sorrindo que já foi encontrado dinheiro, videogames, aparelhos de celulares na caixa e até um saruê vivo. A cooperadora Nilzete Ramos dos Santos, trabalha desde 1999 no setor, e diz que criou seus quatro filhos através do trabalho feito com a reciclagem. Ela revela que dentro destes anos de cooperativa recebeu propostas para trabalhar como vendedora em lojas de sapatos e eletroeletrônicos, entretanto, recusou todas as ofertas.

“Fazer parte da cooperativa é um privilégio, por que consigo contribuir fazendo um bem para o meio ambiente e também para toda a comunidade. Além disso, acabo me divertindo, pois não consigo acreditar como conseguem jogar dinheiro e um celular com a nota fiscal em uma lixeira. Esses casos sempre ficam eternizados nos papos no galpão”, falou a cooperadora.

Segundo o presidente da cooperativa, cerca de 90% do material que chega no galpão é reciclado, mas muito disso é perdido por conta dos munícipes que não separam o lixo adequadamente.

De acordo com Christiane Cruz, chefe de Divisão de Educação Ambiental do município, a separação correta não ajuda somente as famílias que tiram da cooperativa seu sustento, mas também tem a questão ambiental e fator econômico. “Todo o nosso lixo é encaminhado para um aterro sanitário em Jambeiro e pagamos por isso. Se as pessoas tiverem consciência na separação dos resíduos todo mundo ganha: a cooperativa, o meio ambiente e a cidade porque economizaremos ao mandar menos lixo para o aterro”.

Dos 21 funcionários apenas cinco recebem um salário fixo e possuem registro na carteira de trabalho. O restante dos cooperadores dependem do faturamento obtido pela venda de todos os materiais e mensalmente para receberem uma parte do lucro.

A Prefeitura arca com os custos da locação do espaço, pagamento das contas de água e luz, do contrato com a Ecopav, que determina a doação de todo o material reciclável para cooperativa realizar a triagem e comercialização.

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