Com a constante movimentação de caminhões e carretas pelas rodovias que cruzam o Litoral Norte de São Paulo, as denúncias feitas pelos motoristas desses veículos têm aumentado. A falta de pontos de apoio para pararem, e descansarem quando preciso, é uma das reclamações dos caminhoneiros que precisam trafegar diariamente por estas vias.
De acordo com a Zeugma Lua Seda Alvarenga, caminhoneira há 25 anos, a Rodovia dos Tamoios é um dos pontos que acaba prejudicando o trabalho diário desses profissionais, por exemplo, já que em alguns comércios localizados na beira da rodovia eles são proibidos de parar e, em alguns, ameaçados. “Você entra, pedem para sair. Só querem turista. Ameaçam chamar a polícia da cidade. Isso já aconteceu comigo. Temos uma grande rotação de rodovias para chegar em casa e fica difícil”, afirmou a profissional.
Questionada sobre isso, a Concessionária Tamoios, responsável pela rodovia, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que “não tem gestão sobre o funcionamento dos comércios locais”. Ademais, a concessionária explicou que a Rodovia dos Tamoios conta com Serviços de Atendimento ao Usuário (SAU) em ambos os sentidos. No sentido litoral, os pontos de SAU estão localizados no km 19 em Jambeiro (SP), no km 10+800 em Caraguatatuba (SP) na altura do Contorno e, no km 20 em São Sebastião (SP), também na altura do Contorno. Já no sentido São José dos Campos (SP), os pontos de SAU estão instalados em dois pontos, sendo ambos na região da cidade de Paraibuna (SP), um no km 48 e outro no km 60.
Outro problema levantado por Alvarenga são as constantes interdições que ocorrem na região das serras, onde são colocados cones e, em alguns casos, o trânsito é encaminhado para fluir somente em uma via. “Os motoristas dos carros pequenos têm que subir devagar atrás dos caminhões e eles xingam, mostram o dedo com malcriação e ninguém precisa disso. Existe uma guerra desonesta e, cada um está dentro do seu quadrado, pois na estrada nossa velocidade é 60 e os carros são 80”. Outra denúncia feita pela caminhoneira é o fechamento da bica de água que tinha próximo ao posto Neblina. Segundo Zeugma, o ponto de água foi fechado para que os caminhoneiros não estacionem no local, mesmo tendo espaço para dois veículos, impossibilitando que eles usem a bica quando houver algum problema no motor do caminhão como, por exemplo, “ferver” por estar sem água.
Já em relação aos motoristas que circulam pela Rodovia dos Tamoios, não somente os caminhoneiros e, de acordo com denúncias feitas através das redes sociais, alguns condutores estão alegando problemas com os pedágios eletrônicos e, também, com o sistema Free Flow. Sobre o pedágio eletrônico, principalmente os que estão instalados na região da Serra Antiga, os caminhoneiros estão denunciando que mesmo respeitando a velocidade máxima permitida de 40 quilômetro por hora, eles estão recebendo multas. Segundo eles, os equipamentos de pedágio estão marcando a velocidade incorretamente e gerando infrações ilegais aos motoristas. Já em relação ao Free Flow, os condutores estão alegando dificuldades para quitarem as tarifas. De acordo com as denúncias, os motoristas não estão recebendo o valor que precisam pagar pelo aplicativo oficial do Free Flow e, acabam recebendo notificações de infração de trânsito por evasão de pedágio. Sobre o assunto, a Concessionária também foi questionada: “Em caso de dúvidas, o usuário deve sempre procurar nossa Ouvidoria pelo e-mail: ouvidoria@concessionariatamoios.com.br”.
Sobre possíveis melhorias previstas para serem adotadas na Rodovia dos Tamoios para melhorar o atendimento dos motoristas que circulam por ela, principalmente dos caminhoneiros, a concessionária citou que a duplicação do trecho de Serra, os Contornos Norte e Sul e os SAUs, por exemplo, são exemplos de melhorias aos caminhoneiros. “Também podemos citar o alargamento de 7 curvas na Serra Antiga, além da própria Serra Antiga, agora com duas pistas e acostamento”, acrescentou.
Por fim, Zeugma ressaltou a importância das estradas para toda a região. “Sem os caminhões o Litoral Norte não roda. A estrada é boa, só falta uma estrutura para nós que usamos como trabalho e não só para turistas. São os caminhões que trazem os recursos. O Litoral Norte teve um grande crescimento. Hoje, nós somos os bandidos das estradas. Só nós fazemos o exame toxicológico, será que não caberia para todos os condutores? Eu já fui muito ofendida por estar no caminhão e não no fogão”, finalizou ela.
Redação/Tamoios News