A construção do hospital foi uma das promessas da campanha de eleição de Ernane Prinazzi (PSC) em 2008 e para a reeleição, em 2012
Por Rafael César, de São Sebastião
O prefeito Ernane Primazzi (PSC) mais uma vez não conseguiu cumprir com o prazo de entrega da obra do Hospital Costa Sul, localizado no bairro de Boiçucanga, Costa Sul de São Sebastião. A obra do Hospital tinha sido retomada em novembro do ano passado, após dois anos e 11 meses parada. A entrega do prédio que daria suporte para saúde da cidade já foi adiada três vezes antes dessa: em janeiro de 2013, setembro de 2013 e abril de 2014.
O último prazo tinha sido dado em um evento organizado no próprio prédio no ano passado, quando o prefeito afirmou que a obra seria entregue dentro do novo prazo sem risco de atrasos e com total funcionamento.
A prefeitura na ocasião divulgou os gastos com o hospital. De acordo com a nota, havia sido gasto R$ 7,7 milhões. Para retomar as obras foi necessário fazer um novo contrato no valor de R$ 9,2 milhões, de modo que a obra custará no final R$ 16,9 milhões, equivalente a 37% acima do previsto.
A responsável pela obra é a construtora Vollp, depois da quebra de contrato com a CDG que tinha ganho a licitação por R$ 12,3 milhões. Segundo o prefeito, a explicação para os impasses na obra se justificavam por conta da crise econômica que tomava e ainda toma conta de todo o país.
Além da crise, o prédio possui um heliponto que só foi construído após uma lei aprovada em São Sebastião, autorizando a construção da estrutura em prédios públicos, mesmo que ultrapassem os 12 metros previsto para as construções sebastianenses.
Com a implantação da nova sede de atendimento à saúde da cidade, os moradores não teriam que se locomover muitos quilômetros para ter acesso à maternidade, assim como também facilitaria o atendimento a casos de emergência que necessitam de UTI, por exemplo.
Muitos munícipes não acreditam que um dia essa obra será concluída, uma pessoa que segue esse pensamento é a cozinheira Lucinda Silva, que afirma ter perdido todas as esperanças. “Mês passado tive que pegar um ônibus lotado para o Centro para passar o meu filho em um clínico geral. Ele estava agoniado, pois era um problema dermatológico e tive que ver ele sofrendo assim. Garanto que se tivesse o Hospital seria tudo menos sofrido, mas não acredito que um dia irei ver essa obra concluída”, indagou.
Já o lutador José Alberto da Silva Júnior acredita que é possível a obra ser concluída, não nesse ano mais no próximo. Na visão do lutador, a esperança tem que existir apesar de tudo e de quem administra a cidade.
“Temos uma nova gestão vindo por aí, me sinto com a obrigação de acreditar que o próximo prefeito vai fazer. Tenho um filha autista e ela depende de um tratamento de saúde intenso. Quem sabe um dia não viu precisar ir aos municípios vizinhos para passar minha filha por um especialista”, acrescentou Júnior.
O advogado Alcyr Toledo Vianna, 85, acredita que a obra não foi concluída por falta de interesse político. “O sistema político nacional está todo corrupto, desde dos vereadores até o presidente da república. Já fui presidente da Associação de Amigos do Bairro de Boiçucanga, durante seis anos e sempre acompanhava o andamento de algumas obras no bairro, no entanto, nunca vi algo parecido nestes anos como o hospital. Para mim, tem algo errado aí”.
Questionada sobre o assunto, a Prefeitura de São Sebastião não se manifestou até o fechamento da edição. O prefeito eleito, Felipe Augusto, diz que está entre as prioridades avaliar o panorama da cidade para colocar em funcionamento a unidade hospitalar para atendimento na Costa Sul.