Cidades São Sebastião

Ministério Público denuncia irregularidades na contratação de funerária pelo ex-prefeito Felipe Augusto

Tamoios News
Tragédia do Feriado do Carnaval/2023 em São Sebastião - SP

O jornalista Helton Romano publicou na quarta-feira (9), uma matéria sobre a nova ação do Ministério Público, iniciada na terça-feira (8), que denuncia irregularidades na contratação de funerária, em meio à catástrofe ocorrida em São Sebastião, no carnaval de 2023. O promotor Valério Santana quer a condenação do ex-prefeito Felipe Augusto, do secretário Gelson Aniceto (Tota), da diretora Gislaine Tadeu Lobato, do ex-diretor Leonardo Henrique Abreu e da funerária Campo Vale. Todos são acusados de improbidade administrativa.

O promotor pediu liminar para afastamento imediato de Gelson e Gislaine, dos cargos que ocupam na Prefeitura. O juiz também deve decidir sobre o bloqueio de bens dos acusados.

Segundo o promotor, houve direcionamento da contratação e valores acima dos cobrados em outras cidades. A Prefeitura pagou um total de R$ 489 mil.

As mesmas irregularidades já haviam sido identificadas pelo Tribunal de Contas, que em fevereiro julgou procedente outra denúncia sobre a contratação.

O inquérito no MP foi aberto a partir de investigação do jornalista. Na época, a reportagem revelou que a Prefeitura havia pago preços de sepultamentos com caixões luxuosos – R$ 5.900 cada urna adulto e R$ 3.500 a infantil.

Também chamou a atenção o preço pago pelo traslado dos corpos – R$ 8 por quilômetro rodado. Os carros da funerária teriam percorrido 16.344 quilômetros. A reportagem verificou que, na vizinha Bertioga, o traslado custava R$ 2,55 a R$ 3,18, conforme decreto municipal.

Relatório da Defensoria Pública apontou diversas falhas nos serviços contratados – desde a falta do devido tratamento dos corpos até “sumiço” de objetos pessoais das vítimas. O documento foi baseado em relatos de familiares, e faz parte do processo que cobra indenizações da Prefeitura pela tragédia.

Por Helton Romano