Começou nesta terça-feira (22) a dragagem de manutenção no berço 101 do Porto de São Sebastião, administrado pela Companhia Doces de São Sebastião (CDSS). O berço de porto é um local específico onde o navio atraca para realizar operações de carga e descarga de mercadorias. A última intervenção no Porto de São Sebastião aconteceu em 2022, e os estudos mais recentes indicam uma média anual de 26 mil m³ de sedimentos acumulados.
Na intervenção, que tem investimento total previsto em R$ 7 milhões e visa restabelecer a profundidade operacional mínima de 10 metros, assegurando a segurança náutica e eficiência do terminal, deverão ser removidos cerca de 57 mil m³ cúbicos de sedimentos — o equivalente a mais de 3 mil caminhões de areia, lama e rochas. Todo o material será depositado no Dique de Contenção, área interna autorizada para receber sedimentos não contaminados e com potencial de reaproveitamento sustentável.
Com um dos maiores calados do Brasil — até 42 metros no canal de acesso —, o Porto de São Sebastião está ligado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado (Semil) e é considerado um importante corredor logístico do litoral paulista.
No entanto, por estar próximo à costa, sofre com o assoreamento natural causado por chuvas, correntes e ventos, o que exige dragagens periódicas. Para manter essa profundidade, essa dragagem, que é licenciada pelo Ibama, também seguirá protocolos ambientais. A operação contará com monitoramento constante de baleias e tartarugas, feito por especialistas com apoio de drones. Se algum animal se aproximar, as atividades serão imediatamente suspensas até que o local esteja livre. A Praia Baía do Araçá, localizada ao lado do porto, também será monitorada continuamente. Caso haja risco de dispersão de sedimentos, as atividades deverão ser suspensas de forma imediata. Também está previsto um estudo sobre o perfil das praias e a circulação costeira, com foco na identificação e mitigação de impactos ambientais.
A dragagem deve durar cerca de 5 meses, sendo 45 dias destinados à remoção efetiva dos sedimentos. Para isso, serão usadas duas embarcações especializadas: uma draga hopper, responsável por sugar e transportar o material até o local de descarte, e outra de sucção e recalque, equipada com sistema desagregador.
O anúncio da dragagem ocorre em um momento de forte expansão do Porto de São Sebastião. Em 2024, por exemplo, o terminal registrou movimentação recorde de 1,5 milhão de toneladas — um crescimento de 48% em relação a 2023. Os principais produtos movimentados incluem açúcar, malte, cevada, barrilha, coque e silicato de vidro.
Redação/Tamoios News