As empresas Origem Arqueologia, Cetarp e Prime As Built, em parceria com a Prefeitura de São Sebastião, por meio da Secretaria de Turismo (Setur) e da Fundação Educacional e Cultural “Deodato Sant’Anna” (Fundass), uniram-se para realizar um trabalho pioneiro no Sítio Arqueológico do bairro São Francisco.
O levantamento utilizou a tecnologia LIDAR (Light Detection and Ranging), técnica de sensoriamento remoto que usa luz laser para mapear a superfície terrestre. Essa ferramenta revela estruturas arqueológicas ocultas sob a vegetação e permite criar modelos 3D detalhados da paisagem. Ao emitir pulsos de laser e medir o tempo de retorno, o sistema gera um mapa preciso do relevo, removendo digitalmente a vegetação e revelando vestígios como assentamentos, caminhos e antigas construções.
A tecnologia tem sido usada em descobertas de cidades e estradas na Amazônia equatoriana (Vale do Upano) e em sítios arqueológicos da Bolívia. No Brasil, vem sendo aplicada na identificação de assentamentos e estruturas defensivas no Amapá e na Amazônia Central. “No caso do Sítio Arqueológico do São Francisco, a varredura a laser permitiu identificar ações humanas encobertas pela vegetação, como construções, estradas, caminhos e aquedutos até então desconhecidos”, explica o arqueólogo Dr. Wagner Bornal. Ele destaca que o LIDAR é um método não destrutivo, que otimiza tempo e recursos na pesquisa científica.
A parceria também viabilizou o uso do Laser Scanner, tecnologia 3D de alta precisão já empregada em sítios como Pompeia e Machu Picchu. O equipamento cria modelos digitais detalhados, capturando forma e características das estruturas remanescentes. A ferramenta contribui para documentação, conservação, educação e restauração de patrimônios arqueológicos.
Essa iniciativa fortalece o registro, a preservação e a musealização do Sítio Arqueológico São Francisco, ampliando a conscientização sobre patrimônio, memória e identidade. Na próxima quinta-feira (16/10), às 17h, no Espaço Cultural Batuíra, será apresentada à população a pesquisa desenvolvida no local, com os resultados do levantamento realizado pelas tecnologias LIDAR e LaserScan.
Fonte: Fundass