Na última quarta-feira, 5 de novembro, o Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, através do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), realizou com sucesso a soltura de 17 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) em uma área de alto-mar, a cerca de 120 quilômetros da costa de Ubatuba (SP). A ação marcou o encerramento de um longo processo de reabilitação conduzido pela equipe técnica do Instituto, que devolveu os animais ao ambiente natural em condições ideais para retomar sua jornada migratória
A maioria desses pinguins chegou ao Litoral Norte paulista durante o inverno, trazida por correntes frias vindas do sul do continente. Segundo a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do Trecho 10 do PMP-BS, “os pinguins chegaram cansados e desnutridos após longas viagens. Muitos encalham nas praias enfraquecidos, com sinais de hipotermia e desidratação. No CRD, receberam cuidados veterinários intensivos, alimentação adequada e acompanhamento diário até recuperarem peso, impermeabilização das penas e comportamento ativo, condições essenciais para sobreviver em mar aberto”.
A região da soltura foi definida com o apoio técnico do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que forneceu dados de satélite atualizados sobre a posição da Corrente do Brasil. Com base nessas informações, a soltura foi posicionada estrategicamente próxima a essa corrente, aumentando as chances de os pinguins encontrarem rotas favoráveis para o retorno ao ambiente natural e às colônias de reprodução na Patagônia. Esse tipo de integração entre ciência, tecnologia e conservação amplia consideravelmente as chances de sobrevivência e o sucesso da reintegração dos animais ao mar.
O diretor do Aquário de Ubatuba e presidente do Instituto Argonauta, o oceanógrafo Hugo Gallo Neto, fundador de ambas as instituições, destacou que o resultado reforça a importância do trabalho contínuo desenvolvido pelo Instituto Argonauta e pelo PMP-BS na conservação da vida.marinha. “Cada animal reabilitado e devolvido ao mar representa o sucesso de uma rede de monitoramento, pesquisa e dedicação de muitas pessoas”, acrescentou Gallo.
A soltura contou ainda com o apoio do Aquário de Ubatuba e com o suporte operacional da Mineral Engenharia e Meio Ambiente durante as atividades de campo e transporte.
Sobre o Instituto Argonauta
O Instituto Argonauta foi fundado em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba e reconhecido em 2025 como Utilidade Pública Municipal. O Instituto tem como objetivo a conservação do meio ambiente, em especial dos ecossistemas costeiros e marinhos. Para isso, apoia e desenvolve projetos de pesquisa, resgate e reabilitação da fauna marinha, educação ambiental e gestão de resíduos sólidos no ambiente marinho, dentre outras atividades.
Fonte: Instituto Argonauta


