O fotógrafo e mergulhador Rafa Mesquita fez um lindo registro de caravelas-portuguesas (Physalia physalis), próximo a Ilha Montão de Trigo, que pertence à cidade de São Sebastião – SP, na última sexta-feira (21).
As caravelas-portuguesas, apesar de serem organismos pelágicos (que vivem em alto-mar), frequentemente são trazidas para o litoral por correntes marítimas e principalmente pelos ventos (daí o nome caravela portuguesa, pela semelhança de aparência e de navegação com as embarcações portuguesas antigas à vela).
Vídeo/Rafa Mesquita
As caravelas-portuguesas são animais venenosos. O contato com partes do corpo da caravela, especialmente os tentáculos que podem passar dos 30 metros, causa dor muito forte, uma sensação parecida com queimadura.
Ao avistar uma caravela-portuguesa, seja na água ou na areia, não se aproxime e não mexa para evitar acidentes. Mesmo que ela esteja na areia e aparente estar morta, ainda pode ser perigosa, pois seu veneno pode estar ativo.
Cada pessoa pode reagir de uma forma à toxina da caravela-portuguesa. As reações podem deixar marcas permanentes na pele atingida, podem ocorrer vermelhidão, coceira e até falta de ar, e nesse caso a pessoa deve procurar assistência médica imediatamente.
No caso de um acidente, a pessoa deve sair imediatamente da água. Se perceber que há restos de tentáculos aderidos à pele, deve tentar removê-los com muito cuidado, com um palito ou a lâmina de uma faca, para evitar espalhar o veneno. Não lave com água doce, álcool ou qualquer outro líquido. Lave a região apenas com água do mar.
As caravelas se alimentam de pequenos peixes que ficam presos em seus tentáculos venenosos e são digeridos por estruturas especializadas, os gastrozooides.
No final do vídeo é possível ver um peixe-português (Nomeus gronovii) muito bonito, que costuma viver sua fase juvenil próximo aos tentáculos das caravelas, buscando proteção de eventuais predadores. A lógica do peixe-português é parecida com a do peixe-palhaço, com a diferença que o peixe-português não é imune à toxina da caravela, só um pouco mais tolerante, ou seja, ele precisa desviar fisicamente dos tentáculos dela, um trabalho e tanto de atenção e agilidade!
Uma curiosidade sobre as caravelas é que não são animais únicos, na verdade cada caravela é uma colônia composta por vários organismos com diferentes funções, que vivem agrupados, como se fossem um só ser vivo!
Parabéns @rafa.mesquita pelas belas imagens capturadas pela sua habilidade profissional.
Redação/Tamoios News

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