Alguns grupos militares estiveram no local para reivindicar ações efetivas da prefeitura em prol da polícia e do Estado
Por Rafael César, de São Sebastião
O início do ano legislativo em São Sebastião foi marcado com uma sessão de Câmara movimentada e com o auditório lotado, nesta terça-feira (07). Foram cerca de 15 requerimentos apresentados e discutidos no plenário e a ordem dia não teve nenhum projeto de lei votado. Um projeto foi lido, assim como uma moção de apelo, um projeto de emenda, três vetos e três projetos de decreto Legislativo. As propostas serão encaminhadas para votação na próxima reunião na Casa Legislativa e os vetos seguirão para as comissões.
A sessão foi interrompida por 15 minutos para os vereadores se reunirem com funcionários do SAMU, que querem continuar recebendo a GPS (Gratificação de Pronto Socorro). Os funcionários pararam de receber este benefício no mês de dezembro, porque o SAMU não constava na estrutura administrativa da prefeitura.
O secretário de saúde interino, Henrique Simões, foi à sessão para dar um retorno aos funcionários que pleiteiam a volta do benefício que corresponde a 60% do valor do salário fixo. O secretario garantiu que o projeto de reforma administrativa será encaminhado para ser votado em regime de urgência já na próxima sessão.
“Infelizmente, como a lei tinha sido revogada e não estava cobrindo o período de dezembro e janeiro não terá como reaver essa verba para eles. Mas com as novas medidas, que já eram previstas no orçamento, saberemos quem realmente tem direito ao benefício. Este fato aconteceu depois que tivemos uma reunião com uma comissão de servidores que ficaram sem as horas extras”, explicou Simões.
O grupo de funcionários reclama que apesar de não trabalhar dentro de unidade de saúde, costuma a fazer os mesmos procedimentos em situações mais complicadas e afirmam que o dinheiro que era recebido da gratificação faz muita falta para o orçamento deles.
Segundo Simões, até o dia 10 de fevereiro haverá mais uma reunião entre a comissão de funcionários do SAMU e membros do governo, inclusive o prefeito, para definir a nomenclatura do PL. Uma enfermeira do SAMU, que não quis se identificar, achou a postura do governo positiva em regulamentar o sistema.
Além dos funcionários do SAMU, membros da AMO Paúba (Associação dos Moradores de Paúba) compareceram à Câmara para pedir autorização da Seduc (Secretaria de Educação) para utilizar o prédio da antiga Escola Bolinha de Sabão. A AMO organizava inúmeras oficinas culturais no local, além de também realizar atendimentos médico para a sociedade de forma gratuita.
O prédio foi desativado por causa da falta de servidores e também pela má condição que se encontrava. As atividades no espaço foram suspensas desde o começo ano. Os problemas no local são considerados simples pelos membros, que disseram que estariam dispostos a ajudar promovendo um mutirão para fazer a pintura, arrumar o gramado, cadeiras e lousas.
A secretária de educação, Ivani Capelossa, garantiu que fará uma visita com técnicos em engenharia para averiguar as verdadeiras necessidades do prédio que aloja o projeto. Ela concordou em ir na próxima segunda ou terça-feira ao local, junto com os membros da associação. O prédio é público e a associação gostaria de ficar responsável pela administração do local.
“Não temos interesse em manter uma escola naquele prédio, porque não há uma demanda grande de alunos e também por eles já terem sidos matriculados em outras instituições no município. Não posso definir uma data para as atividades serem retomadas no local antes que os técnicos em engenharia da prefeitura analisem o caso, mas garanto que faremos o possível para os trabalhos voltarem o mais rápido possível e com uma boa estrutura”, disse a secretaria.
O presidente da AMO Paúba, Felipe Matos, falou que teve suas esperanças renovadas depois da conversa com os vereadores e a secretária. “Certeza absoluta de que o problemas irão se resolver, eu não tenho. Mas o Poder Público, após essa nossa ação, nos deu apoio. Esperamos conseguir essa liberação”, complementou.
O voluntário Mauro Pinheiro achou a atitude de fechar o local retrógrada: para ele, da qualidade da educação municipal, já que, a nova administração estava ciente da existência do projeto no prédio.
O jovem aluno, José Henrique, 12, é professor aprendiz da oficina de reciclagem e sustentabilidade do projeto e fez um apelo à todos vereadores e a secretaria: agilidade na retomada das atividades no prédio.
“Depois que as atividades pararam, eu não tenho mais o que fazer quando chego da escola, apenas durmo. Lá, encontrava meus amigos e dava instruções de como devemos ajudar o meio ambiente.Também me divertia ao mesmo tempo. Sempre ia jogar capoeira com os meus amigos e agora sinto muita falta disso”, concluiu o garoto.
Para o vereador Gleivison Gaspar (PMDB), existem muitas escolas que funcionam em prédios que detém uma estrutura pior do que a da antiga Bolinha de Sabão. Então, ele afirmou que a prefeitura deveria reavaliar e voltar o mais breve possível com as atividades promovidas pelo associação.