Meio Ambiente

Exame confirma causa da morte de golfinho encontrado em praia de Ubatuba

Tamoios News
Fotos: Divulgação/Instituto Argonauta

Conforme necropsia, pedaço de chinelo que estava no focinho impediu animal de se alimentar

Por Raell Nunes, de Ubatuba

 

Depois de um golfinho da espécie sotalia guianensis ser encontrado morto na praia do Sapê, em Ubatuba, uma equipe de veterinários realizou a necropsia e foi constatado que o animal morreu por causa de uma tira de chinelo.

Segundo informações da equipe, é provável que a borracha proveniente do produto tenha ficado presa ao golfinho e infectando seu organismo.

Para a coordenadora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), Carla Beatriz Barbosa, a cena foi chocante e comoveu os monitores e a comunidade local. “As pessoas que viram estavam realmente inconformadas”, disse.

Ainda segundo o laudo inicial da necropsia, a interação antrópica (causada pelo homem), por resíduo sólido (tira de borracha do chinelo), presa na região rostral (focinho) do golfinho gerou uma lesão muito grave no maxilar superior, impedindo o animal de se alimentar.  Consequentemente, causando uma desnutrição severa e, consequentemente, o óbito.

A cena é triste. Tudo indica que o animal passou meses com esse pedaço de chinelo enroscado ao corpo, afirmou Carla Beatriz Barbosa.

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Pólo Pré-Sal da Bacia de Santos. O projeto é conduzido pelo IBAMA e coordenado pela Univali sob a responsabilidade do Instituto Argonauta no litoral norte do estado de SP.

O golfinho foi encontrado na praia há duas semanas. Integrantes do Instituto Argonauta foram acionados para atender a ocorrência.

Análise

O caso, que já não é o primeiro, é mais uma prova de que é preciso conservar o meio ambiente marinho – por exemplo, não jogando lixo no mar. A poluição, infelizmente, está invadindo a natureza e propagando a mortalidade da fauna. Como se não bastasse, ainda há a pesca predatória, que mata milhares de espécies por ficarem presas às redes.

Detalhe da tira de chinelo presa ao focinho do animal

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