Por Leonardo Rodrigues, de São Sebastião
Cerca de 40 pessoas marcaram presença na primeira de oito audiências públicas para elaboração do Plano Plurianual 2018-2021 do município, nessa terça-feira (27). O objetivo é estabelecer os programas e metas para cada área de atuação que devem ser seguidos nos próximos quatro anos.
Mas nem todos os participantes, que também dividiam espaço em uma sala de aula da Escola Municipal da Topolândia, eram moradores de um dos bairros mais populosos da cidade, na região central. Estiveram presentes secretários, servidores e assessores da Prefeitura.
Eram poucas, mas participativas. A audiência registrou a manifestação de nove pessoas que pediram investimentos e ações no bairro, em diversos setores, como melhoria na saúde, programas de estímulo ao emprego e espaços culturais.
Saúde – A moradora Cármem Lúcia pediu que a Prefeitura mude a realidade local, quanto ao transporte público e a Saúde, nos próximos anos. “O Topo está esquecido. Aqui está uma calamidade pública”, avalia. Outro morador, Evaldo, questionou sobre a viabilidade do Governo Municipal assegurar o atendimento na farmácia popular em horário não comercial. Marinalva aproveitou a ocasião para desabafar à respeito da demora para realizações de exames. Ela conta que aguarda já há 1 ano encaminhamento para uma ressonância. “Se a gente perde o prazo depois de tudo isso, ainda temos que repetir todos os exames”, se queixa.
Maria Conceição entende que a Prefeitura pode, através de planejamento, otimizar os atendimentos médicos. “Há muita demora no atendimento, principalmente para ortopedia”. Outro ponto levantado por ela é sobre ações na Segurança e necessidade de investimento na iluminação pública. “Sou mãe, sou avó e peço ajuda. Aqui (no bairro) é tudo escuro a noite”, comenta.
Outra mãe, Isabel, pediu investimentos ao atendimento de pessoas com deficiência. A moradora queixou-se da rampa que há próxima da escadaria do bairro. “Tenho que levar meu filho por 74 degraus porque a rampa não é eficiente. Peço que olhem isso, porque é muito difícil”, falou ao criticar a falta de acessibilidade na cidade, além de cobrar ações também esportivas para crianças com necessidades especiais.
Cultura – A moradora Kelly Firmino pediu por mais atrações culturais na região. Ela, que está desempregada, espera que a realização de mais eventos possa fomentar oportunidades de emprego. O pedido de Kelly ganhou coro com a participação de Henrique Cardim, que desenvolve diversos projetos culturais na cidade. Segundo Cardim, faltam espaços para apresentações dos artistas populares em toda extensão do município. “Só há o Teatro, ou um anfiteatro que tecnicamente não abriga as artes”, comenta.
Algumas respostas – Alguns dos secretários presentes aproveitaram a ocasião para responder as dúvidas e queixas dos moradores. O secretário de Esportes, Luiz Carlos de Melo Cardim, foi o primeiro a falar para citar que o Governo Municipal iniciou atividades voltadas às pessoas com deficiência. “Eu sei a importância disso. Sou pai de um especial há 31 anos. Mas realizamos no último fim de semana uma atividade no Tebar, temos aula de natação, e estamos trabalhando para isso”, citou ao admitir que precisa melhorar a divulgação.
O secretário também citou os programas “Brincando com o Esporte” e a “Caravana do Esporte e das Artes”, que tiveram aceitação e participação da população.
Henrique Simões, secretário de Saúde, registrou as queixas dos moradores ligados a sua Pasta e prometeu apurar cada caso. O secretário ressalta o empenho de sua equipe, mas que assumiu a secretaria com uma estrutura física “complicada”. Segundo ele, o Centro de Saúde da Topolândia é inadequado. “Só de lâmpadas ali, vão ser trocadas 600 nos próximos dias. As lâmpadas. não eram renovadas. Além de várias portas que estão danificadas e que também precisam serem substituídas”, fala.
Simões aproveitou o momento para ressaltar a importância das audiências públicas para a elaboração do PPA que, segundo ele, será anexado ao Plano de Governo do prefeito. “Estamos vivendo um processo democrático participativo. Após a coleta de cada sugestão da população, passará por uma triagem pela Secretaria de Governo e será anexado ao Plano de Governo”.
O secretário também destacou a importância dos moradores utilizarem a Ouvidoria da Saúde, para minimizar as queixas e otimizar as ações de melhorias. “É o momento de vocês (população) falar onde devemos aplicar o orçamento”, comenta.
O vice-prefeito, Amilton Pacheco (PSB), encerrou a audiência e apontou a importância da participação popular neste momento para expressar o que entende ser prioridade de investimento. De acordo com o vice-prefeito, o Governo Municipal esta ciente das dificuldades e problemas estruturais do município. “Todo mundo sabe o que está acontecendo, mas estamos trabalhando”, disse.