Por Juliane Zapparoli
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) revela que prepara multa à Log In Logística, empresa responsável pelo incidente que derrubou no mar 46 contêineres, na madrugada do dia 11, em Santos. A empresa já foi multada pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) no valor de 10 mil reais, na última sexta-feira (25). Objetos que estavam nos mais de 40 contêineres que caíram no mar estão chegando as praias do Litoral Norte.
A agente ambiental federal do Ibama, de Santos, Ana Angélica Alabarce conta que a instituição está elaborando o auto de infração. “Nós temos um prazo para poder fazer esse auto. Então estamos fazendo com calma e pesquisado os artigos que a empresa pode ser multada. Estamos colocando somente os artigos exatos em que se enquadra para autuar a empresa”, diz.
Ela relata que ao todo foram 46 contêineres que caíram no mar e diz que não tem como dimensionar o impacto ambiental que o acidente ocasionou. “Não temos como dizer quanto foi o impacto ocasionado, pois tem contêineres que estão abertos e aos poucos estão saindo os objetos. A maioria dos objetos que a população acha, estão pegando. Então fica difícil saber ao certo qual o tamanho do impacto que esse acidente gerou. É impactante pela oxidação e os contêineres precisam ser retirados o mais rápido possível”.
Ainda segundo Ana Angélica, chegaram quatro mergulhadores do exterior para ajudar nas buscas dos contêineres que afundaram. Ela conta que o Ibama está fazendo um certificado para cada contêiner que será retirado do mar. “Isso é um trabalho árduo, e demorado, pois cada contêiner que caiu no mar pesa 800 toneladas. Essa semana chegaram quatro mergulhadores do exterior para ajudar. O Ibama só vai parar quando receber da empresa o certificado de retirada dos 46 contêineres do mar. Se não tirar qualquer outra empresa pode jogar um contêiner ali e dizer que foi desse acidente”, considera.
A reportagem também procurou a Marinha do Brasil que se manifestou por meio da Assessoria de Comunicação Social da CPSP (Capitania dos Portos de São Paulo) e informaram que o Armador do navio está trabalhando para solucionar o incidente. “O Armador do navio junto e a(s) seguradora(s) deles estão trabalhando em conjunto para solucionar, o quanto antes, esse incidente”.
Quando questionada quem iria se responsabilizar e custear as ações de recolhimento dos objetos do mar foi informado que o Armador e as seguradoras fora responsabilizadas. “O armador e a(s) seguradora(s) assumiram a responsabilidade do incidente e estão tomando as ações cabíveis”.
Quanto se os objetos poderiam interferir na navegação a Marinha informa que “quando houver indícios de que esse material poderá causar problemas relacionados à segurança da navegação, aí sim, a Marinha terá a obrigação de tomar as ações necessárias”.
Até o fechamento desta matéria, após várias tentativas a redação não obteve resposta da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Em contato com o MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo) foi informada que eles não receberam nenhuma denúncia sobre este acidente.