Ubatuba é considerada a Capital do Surfe, mas poderia ser a “Capital das Belezas Naturais”
Por Raell Nunes
Ubatuba completa 380 anos neste sábado (28), e tem muito a comemorar. Primeiro, porque sua beleza continua viva – com mais de cem praias, muitas cachoeiras, a fauna e flora ainda resistindo ao tempo e a vida marinha encantando os olhares mais críticos.
A história desse paraíso ecológico revela traços da miscigenação que ocorreu no país inteiro – a começar pelos índios Tupinambás, que eram exímios canoeiros, e depois com a chegada dos portugueses e franceses. À época, Ubatuba ainda era conhecida como Aldeia de Iperoig.
Histórias como a Paz de Iperoig, a Confederação dos Tamoios ou Ruínas da Lagoinha, Ilha Anchieta e Sobradão do Porto ficarão na memória para sempre. Lembrando que no mesmo ano que se comemora 380 anos da cidade, a Biblioteca Municipal faz 50 e a Corrida de Canoa Caiçara 60.
Neste ano tão especial os personagens que marcaram época não poderiam deixar de ser citados. Cunhambebe, Edson Silva, Baltazar da Cunha Fortes, Hans Staden, Thomaz Galhardo, José de Anchieta, Washington de Oliveira (seu filhinho), Cicillo Matarazzo, Felix Guisard, Dr. Esteves da Silva, Gastão Madeira, Ney Martins, Jordão Homem da Costa e Clodovil Hernandes são alguns desses protagonistas históricos.
Não é de hoje que Ubatuba é conhecida pelos turistas do mundo inteiro. Na década de 50, com a abertura da SP-55: Ubatuba-Caraguatatuba, o turismo se intensificou juntamente com a especulação imobiliária. Em 1967, a cidade tornou-se Estância Balneária. Na década de 60, a vocação turística era evidente. Nos anos 70, Ubatuba progrediu mais ainda com a construção da Rodovia Rio-Santos (BR-101) e fez com que o turismo fosse sua maior fonte de renda.
O turista escolhe Ubatuba pelo sossego e tranqüilidade – para relaxar da cidade grande, ler um bom livro, se deliciar com a culinária local ou apenas pensar ao ar livre; conhecer as histórias e “causos” dos pescadores. Sendo assim, a cidade até parece sinônimo de aconchego.
Com mais de 80% do verde preservado; com 30% das aves brasileiras e 5% de toda avifauna do planeta, o município é um espetáculo aos olhos. Ubatuba é considerada a Capital do Surfe, mas poderia ser muito bem a “Capital das Belezas Naturais”.
Os quilombolas, os índios e os caiçaras – apesar do pouco incentivo – ainda lutam para sobreviver e manter a cultura viva e fortalecida na localidade. O município completa 380 anos mostrando a todos que sua beleza ainda continua e que seu potencial é avassalador. Parabéns Ubatuba!
Foto: Raell Nunes