Médicos foram contra a ideia, mas Renata surfou durante a gestação
Por Raell Nunes
Mesmo com dificuldade de se mover devido à gravidez, a oceanógrafa Renata Porcaro surfou durante a gestação. Ela tinha um sonho de morar perto do mar e, em 2015, realizou tal desejo. Veio a Ubatuba e logo teve a notícia que um novo ser habitaria em sua vida.
Renata gosta de pegar ondas de longboard e desde que soube da gravidez ficou se questionando: “será que consigo surfar?”. E ela conseguiu, mesmo com todas as questões envolvendo a maternidade.
Os profissionais da saúde foram contrários à decisão de Renata. Ela também era contra cesáreas – queria que a sua criança viesse ao mundo de uma forma natural.
“Tive duas tentativas frustradas com médicos do convênio: a primeira me disse que eu deveria parar imediatamente minhas atividades [surf e bike], e eu estava apenas no terceiro mês. A segunda médica parecia uma pessoa muito legal, mas toda vez que eu perguntava sobre o parto ela mudava de assunto”.
Após muita luta, ela encontrou uma médica do seu gosto, que aprovou suas ideias. E o surfe continuou na sua vida de uma maneira diferente, mas sem perder a intensidade.
“Selecionava o mar que iria cair, pois não podia oferecer riscos de machucar ou bater a barriga, e a cada dia eu passava mais tempo no mar e pegava menos ondas. A remada também foi uma dificuldade. Comecei a remar de joelhos e deitava na prancha apenas no momento de entrar na onda”.
Chegou um momento que Renata não conseguia mais fazer a atividade física que mais ama na vida. E foi aí que Benjamim, no dia 29 de junho de 2016, nasceu. No entanto, um mês depois, a mamãe coruja já estava surfando novamente.
“A readaptação não é fácil, principalmente com relação ao tempo, pois bebês precisam de muita atenção e dedicação. Meus treinos agora são mais curtos e o tempo na água é cronometrado. Mas está sendo uma experiência maravilhosa e que só agrega coisas boas na vida”, conclui.