“O prefeito não está vendo com bons olhos, mas estamos fazendo o que a população nos cobra”, diz presidente da Câmara de Ilhabela, Marquinhos Guti, sobre as últimas decisões tomadas pelos vereadores.
O presidente da Câmara de Ilhabela, Marquinhos Guti(DEM), afirmou em entrevista ao Tamoios News, nesta terça(5), que os vereadores decidiram atuar de acordo com o que a população espera deles.
A Câmara conseguiu na justiça suspender licitações e contratos feitos pelo prefeito Márcio Tenório, avaliados em R$ 35 milhões. Os vereadores também questionam outros contratos feitos pelo prefeito.
“Assumi a presidência com a ideia de mudar o posicionamento da Câmara. Atuar de acordo com que a população exige, fiscalizando os atos do executivo”, comentou.
Marquinhos, de 45 anos, eleito vereador pela primeira vez, com 408 votos, é marinheiro e também atua como corretor de imóveis. Assumiu em dezembro a presidência da Câmara.
A denúncia apresentada ao MP(Ministério Público) questionando as licitações da implantação do monitoramento por câmeras e da limpeza pública foram feitas pelos vereadores que elegeram Guti: Cleison Guarubela (DEM), Luiz Paladino (PSB), Vereadora Nanci Zanato (PPS), Valdir Veríssimo (PPS) e Anisio Oliveira (DEM). Guti também assinou o documento.
“O grupo decidiu fiscalizar e cobrar mais da prefeitura porque a sociedade civil organizada e a população em geral cobrava essa postura dos vereadores. A gente vinha alertando a prefeitura sobre possíveis irregularidades nesses contratos, mas a prefeitura, não se manifestava. Por isso, fomos à justiça”, explicou.
Segundo Guti, o prefeito Márcio Tenório não estaria vendo com bons olhos a atuação dos vereadores, mas o compromisso é com a população da ilha. “A população em geral cobrava esse posicionamento da Câmara”, disse.
“Tenho boa relação com o prefeito, mas não falo com ele já faz alguns dias. Fui eleito sem dever favor para ninguém. Somos um poder independente (Câmara) e iremos atuar do jeito que a população deseja, fiscalizando”, comentou.
Segundo Guti, a prefeitura sofreu outro revés na justiça comum. A justiça teria suspendido gastos na ordem de R$ 1 milhão para o naufrágio do navio Profº W. Besnard em águas da ilha. A prefeitura pretendia, com o afundamento da embarcação, transforma-lo em atrativo para mergulho.
Navio
A embarcação que permanece atracada no Porto de Santos é alvo de uma investigação do Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e corre o risco de naufragar.
O navio norueguês, construído em 1966, começou suas atividades pela Universidade de São Paulo em 1967. O nome é uma homenagem ao primeiro diretor do Instituto Oceanográfico da USP, Wladimir Besnard, falecido em 1960.
Após mais de 40 anos em operação, o W. Besnard se tornou um ícone na história da oceanografia brasileira. Depois de sofrer um incêndio em 2008, a embarcação ficou com sua navegabilidade e outras funções comprometidas. Desde então, o navio permanece no Porto de Santos.