Ilhabela Meio Ambiente

Pioneira em proibir canudos de plástico, Ilhabela agiliza proibição para uso de copos e sacolas plásticas

Tamoios News

Após proibir o uso de canudos plástico, Ilhabela discute o fim do uso de sacolas e copos plásticos no município. Uma audiência pública foi realizada na semana passada na câmara, mas só participaram representantes de entidades ambientais.

Ilhabela foi uma das cidades pioneiras no estado em proibir a utilização e consumo de canudos de plástico. A lei (1316/2018), de autoria do vereador Luizinho da Ilha(PSB),  foi aprovada pela câmara em setembro e sancionada pelo prefeito Márcio Tenório em outubro de 2018. A partir deste mês o uso e venda de canudos está proibida na ilha.

A lei é simples: proíbe a utilização de canudos de plástico, exceto os biodegradáveis, em restaurantes, bares, quiosques, ambulantes, hotéis e similares sediados no município de Ilhabela.

Os estabelecimentos tiveram 80 dias para se adaptarem às disposições da lei. Quem desrespeitar será advertido por escrito, multa de 100 UFESP’s, dobrada na reincidência à pessoa física; multa de 500 UFESP’s quando se tratar da pessoa jurídica; suspensão das atividades pelo período de 30 dias e cassação da licença de funcionamento.]

Sacolas

Na audiência, foram discutidos dois projetos apresentados no ano passado-  95/2018 e 96/2018, que visam a proibição das sacolas e copos plásticos, não biodegradáveis. O vereador  Luiz Paladino (PSB), lamentou a ausência de representantes do comércio na audiência pública.

O vereador Gabriel Rocha (SD) também questionou a falta de representantes do comércio. ”Tenho certeza que é um ação para o futuro da nossa cidade. Infelizmente, não vi ninguém da Associação Comercial aqui, eu sou comerciante e acho que tem um impacto, sim, no comércio. A gente tem que se preparar, tem que saber como vai ser feito”, enfatizou

O Movimento Bandeira Verde foi representado por Corina Bremer e Kika Campos, que sugeriu a substituição às sacolinhas do mercado por sacolinhas de pano.

Kika Campos, do Movimento Bandeira Verde, sugeriu uso de sacolinhas de pano pelos supermercados

“Isso poderia ser um projeto para o Fundo Social desenvolver com o apoio da prefeitura de fazer as sacolas de pano, pode até ter a logo de Ilhabela, porque se o turista vem e acha legal, leva. E fazer uns kits de saquinhos de pano com um voal dentro que leva 2 minutos. Há meios de ajudar”, sugeriu.

A bióloga Monique Tayla, do Instituto Argonautas, afirmou que o maior destaque de lixo em Ilhabela é próximo ao bolsão de embarque da balsa. “Essa praia é um caso bem peculiar, que a gente encontra muito lixo diariamente, e maior quantidade são copos plásticos, a gente consegue identificar quais são os lixos que vem da maré e o que é um lixo descartado e utilizando naquele momento”, afirmou.

Mara Loft voluntária da Sea Shepherd, ONG ativista de preservação dos mares, também trouxe dados mundiais sobre o descarte do plástico. “Mais de 9 milhões de toneladas de plásticos são descartadas nos Oceanos por ano, matando mais de 1 milhão de animais marinhos. Então não afeta só a nossa vida. Os animais marinhos também tem sofrido de forma avassaladora”, informou.

A diferença entre as sacolinhas plásticas distribuídas pelos supermercados e o sacos de lixo preto utilizado na armazenagem dos resíduos domésticos foi também muito discutida.

A Secretária do Meio Ambiente, Salete Magalhães, apresentou dados sobre a produção e descarte do material, mas também buscou explicar como a proibição de sacolas fornecidas pelos mercados seria diferente em relação a compra de sacos de lixo.

“Eu acho que quando você compra saco de lixo, você tem mais cuidado, porque quando você pega uma sacolinha, bota duas coisinhas e descarta”, em parte da resposta para uma munícipe.

A assessora técnica da Fundação Florestal, Maria Inês Fazzini, sugeriu utilizar tambores para descarte de lixo em todo o município como forma de implementar a ideia do “plástico zero”.

Alexandre Baptista, da fiscalização da prefeitura, lembrou da situação do código de posturas que exige que todo lixo seja ensacado, não permitindo que seja disposto de outra forma.

“Se a gente não mexer no código de posturas, não conseguimos resolver essa questão. Hoje, por lei o lixo tem que ser ensacado, se colocar em tambor, o lixo não será levado pelo caminhão”, informou.

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