Dezenas de artistas de Caraguá estiveram na sessão de Câmara nesta terça(25), quando seria votado o Plano Municipal de Cultura. O projeto, no entanto, não entrou na pauta da sessão, causando indignação dos artistas, que chegaram a bater boca com os vereadores. O presidente da Câmara, Carlinhos da Farmácia, ameaçou suspender a sessão.
Segundo o vereador Aurimar Mansano, líder do prefeito Aguilar Júnior, o projeto não entrou em pauta porque teria dado entrada na segunda(24) e teria que ter o parecer do departamento jurídico. Segundo ele, a pauta da sessão de terça(25) teria sido agendada na sexta(21) e outros projetos prioritários estavam já agendados pela mesa diretora.
O motivo da retirada do projeto da sessão teria sido a inclusão no Plano Municipal de Cultura de questões de gênero(LGBTI+), como por exemplo, promover palestras sobre questões de gênero em escolas e repartições públicas, criação de um selo de apoio a diversidade de gênero e a realização de uma parada gay no município. Esses temas teriam surpreendidos os vereadores mais tradicionais.
O Conselho Municipal de Política Cultural de Caraguatatuba se reuniu extraordinariamente na manhã desta quarta para discutir alterações no Plano Municipal de Cultura, devido as polêmicas geradas na cidade.
O presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Caraguatatuba, Luiz Fernando do Espírito Santo, publicou uma nota oficial na tarde desta quarta(26), explicando que todas as propostas contidas no plano municipal de Cultura foram aprovadas durante a realização da 3ª Conferência Municipal de Cultura, realizada no dia 28 de abril.
Segundo ele, devido as polêmicas geradas, relacionadas as questões LGBTI+, a comissão decidiu retirar essas itens do plano municipal de Cultura. As questões de gênero, segundo Luiz Fernando, serão discutidas em outra ocasião pelos membros do conselho e entidades LGBTI+.
Luiz Fernando afirmou que a aprovação de um plano municipal de Cultura é importante para nortear as políticas públicas culturais nos próximos dez anos e serve para capitanear verbas estaduais e federais. A Câmara não se manifestou sobre o ocorrido na sessão e, nem informou, quando o Plano Municipal de Cultura será novamente apreciado pelos vereadores.