Saúde e Bem Estar

Pacientes reclamam de ineficiência na saúde

Tamoios News
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Com filas, desorganização e espera, P.S de São Sebastião vira bomba prestes a explodir

 

Uma bomba prestes a explodir diariamente. Assim é o cotidiano dos pacientes que utilizam o serviço público municipal de saúde pelo SUS (Sistema Único de Saúde) na região. Em São Sebastião, há relatos  médicos com paradeiro incerto, que dormem  no plantão da madrugada, além da falta de medicamentos controlados como a insulina, desorganização para preenchimento de fichas no Pronto Socorro, descaso das recepcionistas, desespero pelo longo tempo de espera e até escândalos com  a presença da Polícia Militar.

“Trouxe meu marido 36 dias no hospital, somente na 11ª vez descobriram que ele estava com tuberculose e pneumonia grave. Medicavam e mandavam de volta para casa. As dores não paravam. Ele ainda sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Agora ele está internado, isolado”, diz Maria Gisvalda, 45, dona de casa, que morava na capital paulista, mas mudou para São Sebastião acompanhando o marido que veio trabalhar em obras públicas no município. “O atendimento é lento. Cheguei um dia às 15h30 e só sai às 19h, só para ver o resultado de um exame”, completa Gisvsalda.

O sofrimento da família de Maria não é único. Na recepção do P.S, pacientes esperam horas para ser chamados. Os assentos são desconfortáveis e, após sair da recepção, ainda permanecem parados com assentos insuficientes para todos no corredor da emergência, enquanto aguardam a chamada do médico para o consultório. “Aqui a gente tem que vir preparada para o barraco. É uma desorganização até para fazer fichas”, conta a dona de casa Catiane Pacheco dos Santos, 36, moradora do Canto Mar, que diz ainda que a unidade do bairro “não se pode nem chamar aquilo de postinho”, diz a dona de casa.

Também  moradora na região do Canto do Mar, a cozinheira Eunice da Silva, 42, gostaria “que o atendimento fosse mais rápido”. Quando precisa utilizar o serviço de saúde já vem preparada para uma espera de cerca de 3 horas. Curada recentemente da dengue, aguardava ontem atendimento para seu filho, o ajudante de pedreiro Gilson Vicente da Silva, 26, que vai fazer o exame para confirmar a doença, que já sente os sintomas: “febre, dor no corpo, dor no olho, diarreia”, diz ele com dificuldades para falar. “A saúde é uma vergonha nessa cidade”. Até ontem 64 casos da doença estavam confirmados em São Sebastião.  

A Prefeitura de São Sebastião informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os casos estão sendo investigados pela secretaria de Saúde. Desde a última terça-feira (10), a equipe do Tamoios News tenta conseguir uma resposta mais detalhada com a administração sobre o assunto, porém a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que um levantamento deveria ser concluído em dois dias para que assim possa ser realizado proncunciamento oficial. Os “dois dias” solicitados terminaram nesta quinta-feira (12), mas nossa equipe não obteve sucesso. O setor ainda pediu o nome dos pacientes entrevistados nessa reportagem para checar os casos tratados como “pontuais”. O jogo de empurra também é claro. Nenhum secretário da pasta – titular ou adjunto – ou diretor da Fundação Municipal de Saúde, entidade criada para formalizar a situação de dezenas de funcionários contratados, foi localizado.  

Ilhabela – O bom exemplo pode estar ao lado. Pegando a balsa, em Ilhabela, a diferença na organização e atendimento no Hospital Municipal Mario Covas é visível aos olhos de quem quiser ver. As funcionárias da recepção trabalham com uniforme azul, são prestativas em passar informação fazendo com que aquele jeito de hospital fique menos hostil e, os pacientes, mais próximos sintam-se acolhidos. “Os médicos são bons, as enfermeiras nos tratam bem. Não tenho do que reclamar”, diz a dona de casa Margarida Miranda Farias, 60, moradora no bairro Veloso, ao sul da ilha, que diz estar no hospital “praticamente toda semana”.

Já para a gestante Ana Cristiane, 34, que está no terceiro mês de gravidez fazendo pré-natal pela rede pública o maior problema é a espera no postinho do Alto da Barra. Para ela, que foi buscar atendimento no Mario Covas, o atendimento as mulheres grávidas deveria ser prioritário também em unidades de saúde. “Cheguei às 7h e fui ser atendida só ao meio dia”, contou a futura mamãe.  

  

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