convidado

Binômio da Salvação

Tamoios News

Nosso país está capenga. A Nação ainda inexiste. Lembro-me de um prefácio do livro “Política e Coragem” (J.F.Kennedy). Nele fez-se menção a um pensamento de Thomas Jefferson – isto no século XVIII – em que ele dizia que “Nos Estados modernos, institucionalmente organizados, se uma Nação espera ser grande e livre, sem promover a educação, espera o que nunca existiu e nunca existirá”.

Desde então eu – que já tinha as minhas crenças – adotei o pensamento como resumo do que sempre acreditei como indispensável ao sucesso de uma Nação. No Brasil o ensino público – sobretudo o fundamental – está literalmente destruído. Após a nefasta reforma (?!) na época do ex-Ministro Jarbas Passarinho, aliada à deterioração ética e moral de nossos governantes – portanto de nossas instituições – a destruição alcançou até mesmo o segmento do ensino particular.

O jovem, o adolescente ficam “ao vento”, desesperados procurando um ponto de referência ou um foco de luz que lhes dê sustentação e orientação sadia e permanente. Nada encontram, a não ser exemplos nefastos e cotidianos de corrupção, impunidade, violência. Quanto à violência as perspectivas são terríveis: penso que ela aumentará e a faixa etária dos que a praticam cada vez mais diminuirá.

Obviamente a destruição do ensino atinge inexoravelmente o corpo docente. Este, no ensino fundamental não é apenas agente que transmite conhecimento, mas também educador – como uma extensão da própria família, na transmissão de princípios, respeito e disciplina. Como pretender ou exigir reciclagem se a própria formação do magistério está comprometida?

Isto sem falar nos ridículos salários de nossos mestres, os mesmos que ensinaram o “b a bá” aos políticos e servidores públicos privilegiados, com remuneração absolutamente díspare da realidade sócio-econômica. As consequências e reflexos são infindáveis. A falta de discernimento reflete-se nas filas dos serviços públicos – sobretudo na saúde e previdência. Ironicamente a total falta de interesse e medidas eficazes e permanentes das ações de governo produzem, na outra ponta, aumento das despesas públicas nas áreas que a boa formação educacional certamente evitaria.

Os políticos continuam a fazer discursos personalistas e lutando pelo poder. Os valores materiais passaram a ser referência de triunfo e glória. O TER sufocou o SER. Lembrei-me de outro pensamento de T.Jefferson: “Não é a riqueza nem a pompa, mas a tranquilidade e a ocupação que dão felicidade”. Juntamente com esse elemento de formação de cidadania e da própria Nação há um outro, singelo, profundo, que completa e facilita a caminhada rumo à Nação verdadeira.

Os nossos gestores são tão ruins, cegos ou caolhos, egoístas e corrompidos que não percebem que há uma ação governamental simples, sem muito custo e profundamente profícuo que, juntamente com o desenvolvimento educacional produziriam a verdadeira revolução de transformação e criação de uma verdadeira Nação – portanto, de seu POVO: É o esporte! São tão cegos que – mesmo que não acreditassem no ideal de Nação – os efeitos políticos seriam imensos, pois trabalhariam em uma área com interfaces de satisfação e em todas as faixas etárias. Mas a cegueira e a ganância são tão grandes que embotaram até mesmo suas inteligências. Onde está a sociedade civil que não reage? O binômio Educação/Esporte é a verdadeira redenção.

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