Messi e Neymar são os destaques do torneio, que começa hoje com Chile x Equador
Por João Pedro Néia
A Copa América 2015, torneio de futebol mais importante das Américas, começa hoje, no Chile, em meio aos escândalos de corrupção revelados pelo FBI e que levaram à prisão de vários dirigentes, inclusive do ex-presidente da CBF, José Maria Marín.
A competição é organizada pela CONMEBOL, órgão que rege o futebol na América do Sul e que também teve um ex-dirigente preso na operação do FBI.
Alheios a tudo isso, 12 times divididos em 3 grupos irão brigar pelo título. O Brasil está no grupo C, ao lado de Peru, Colômbia e Venezuela. A estreia brasileira é domingo, às 18h30, contra o Peru.
Um ano após a Copa do Mundo do Brasil, algumas coisas mudaram. Chile e Colômbia mantiveram seus técnicos. Brasil e Argentina trocaram de treinador e, ao menos nos amistosos pós-Copa do Mundo, o Brasil evoluiu, enquanto a Argentina, vice-campeã mundial, não tem animado o torcedor.
O Uruguai, apesar da tradição, vai ao Chile sem o astro do Barcelona Luis Suárez (ainda suspenso pela mordida no italiano Chiellini na Copa do Mundo de 2014) e deve ser figurante. Mas o confronto entre Uruguai e Argentina, no dia 16, promete ser emocionante.
A Jamaica (equipe convidada) será o saco de pancadas.
Destaques e favoritos
Argentina: Os “hermanos” têm Messi no auge da forma. Só isso basta para colocar os argentinos como favoritos ao título. O craque do Barcelona vem de uma temporada de gênio, e voltou a ser aquele jogador que assombrou o mundo de 2008 a 2013. Após duas temporadas problemáticas, “La Pulga” mudou a dieta e perdeu 4kg. Resultado: foram 56 jogos, com 56 gols e 27 assistências na temporada 14/15 e a tríplice coroa com o Barcelona. Messi completará 28 anos durante a competição, e o fato de nunca ter conquistado um título com a seleção principal incomoda o argentino.
O cansaço de fim de temporada pode atrapalhar, já que jogadores importantes como Messi e Tevez acabaram de disputar a final da Liga dos Campeões, no dia 6, e voaram direto para o Chile. Mas craques não faltam no esquadrão argentino. Aguero, Di Maria, Higuain, e Lavezzi estão prontos para o trabalho.
Brasil: Como é difícil ganhar de Dunga! O treinador assumiu a seleção há alguns meses, mas o Brasil que se vê em campo já tem exatamente o perfil do ex-jogador: muita briga e pouca beleza. Desde o seu retorno, são 10 vitórias em 10 jogos. A última ontem, em jogo fraco contra Honduras.
Neymar, também sem descanso e no fim de uma temporada em que brilhou ao lado de Messi no Barcelona, pode levar nas costas um time muito competitivo, mas sem brilho. O camisa 10 é forte candidato a estar entre os três melhores do mundo na próxima Bola de Ouro e a Copa América pode servir de estímulo.
Além de Neymar, Dunga aposta em jovens como Roberto Firmino, Casemiro e Philippe Coutinho, e resgatou nomes consagrados, porém decadentes, como Robinho.
Chile: Praticamente o mesmo time competitivo e talentoso que varreu a Espanha na fase de grupos da Copa do Mundo e que só perdeu para o Brasil nos pênaltis, nas oitavas-de-final. O treinador argentino Jorge Sampaoli é um dos nomes mais badalados dos últimos tempos. O atacante Alexis Sanchez, do Arsenal, vem de uma temporada em alto nível, marcando 16 gols no campeonato inglês. O Chile, que nunca ganhou a Copa América, não vai querer desperdiçar a chance de vencer em casa.
Colômbia: Os colombianos têm a melhor geração de sua história, ainda melhor que aquela dos anos 90 que reunia Higuita, Valderrama, Rincón e Asprilla na mesma equipe e que fracassou na Copa de 1994, nos EUA.
A Colômbia, assim como o Chile, também foi eliminada pelo Brasil na última Copa. Mas jogadores como James Rodriguez, Falcão Garcia, Carlos Bacca, Jackson Martinez e Cuadrado ajudam a manter o torcedor colombiano confiante.
Curiosidade
O jogo contra a Colômbia, no dia 17/06, vai marcar o reencontro entre Neymar e Zuñiga. No confronto da última Copa, pelas quartas-de-final, o colombiano acertou uma joelhada nas costas de Neymar, que foi cortado do restante do mundial.
O jogo de estreia é entre Chile e Equador, hoje, às 20h30. A final será disputada no dia 4 de julho, no Estádio Nacional, em Santiago.