Está prevista para acontecer, a partir das 5 horas da manhã, desta quarta(20), em São Sebastião, uma operação pioneira no país, de resgate de um navio com avaria nos motores. A operação toda, que deverá durar três dias, foi agilizada pela agência Wilson Sons.
A operação será feita no Canal de Toque Toque e distante da costa. O navio submersível chinês Xin Guang Hua, especializado em transporte de grandes cargas, como plataformas marítimas e submarinos, irá submergir 27 metros para poder “carregar” o navio Chipol Taihu, que sofreu avarias em sua casa de máquinas no Rio Grande do Sul e foi rebocado até São Sebastião.
O navio de cargas avariado, que tem 188 metros de comprimento por 28 de largura, será levado pelo Xin Guang Hua até Hong Kong onde fica o estaleiro da empresa dona da embarcação para as devidas manutenções.

Navio sub-submersivel Xin Guang Hua vai fazer o transporte da embarcação
O navio submersível tem 255 metros de comprimento e de 68 de largura. O Xin Guang Hua irá “afundar” parte de sua estrutura para poder alojar e transportar o Chipol Taihu até Hong Kong.
A operação será feita em São Sebastião devido ao excelente calado de suas águas. Os custos da operação não foram divulgados. Segundo especialistas, levar o navio avariado em cima do outro até a China é mais seguro e mais econômico.
Operação
As operações de carregamento e descarregamento são feitas com o auxílio do sistema de lastreamento/deslastreamento do navio: inicialmente os seus tanques são lastrados através de uma seqüência estudada e pré-determinada.
Em seguida, com o seu convés totalmente submerso a uma altura suficientemente baixa para que não ocorra acidente com a embarcação e a carga, o carregamento a ser transportado é movido para cima do heavy lift com o auxílio de rebocadores e mergulhadores.
A última etapa do processo acontece de forma inversa à primeira. Neste caso os tanques são deslastrados, também de forma planejada, e o navio é emergido; conseqüentemente, a embarcação a ser transportada fica posicionada acima do convés.
Um momento crítico do carregamento acontece quando a carga está sendo içada e está no limite de sair completamente d’água. O calado da carga vai diminuindo enquanto o navio de transporte está sendo deslastrado.
A estabilidade da carga fica comprometida à medida que seu calado diminui até que atinge um ponto onde existe uma tendência de emborcar. Para evitar essa tendência de emborcamento da carga é necessário projetar um picadeiro suficientemente alto de forma que a carga fique totalmente assentada antes de atingir este ponto critico.
Neste tipo de operação de carregamento a plataforma (ou navio) sofre movimentos que não sofreria se estivesse docada em terra firme. O picadeiro não deve ser rígido demais para não transmitir os movimentos para o Heavy Lift SS e nem muito flexível para que carga não deslizes pelo convés ou seja derrubada. Para cada carga, é preciso fazer um estudo específico sobre o picadeiro que será utilizado.
O alto risco do reboque reflete diretamente no valor do seguro, que fica em torno de 1 a 7,5 % da carga rebocada. O transporte “seco”, realizado pelos navios Heavy Lift é muito mais seguros pois a carga não fica exposta diretamente a influencia do oceano.
O seguro neste caso é bastante reduzido quando comparado ao reboque e pode chegar a 0,20% do valor da carga. Esta diferença é bastante significativa quando falamos de cargas como plataformas, plantas de produção e outros navios.
Muitas são as vantagens do Heavy Lift SS no caso do transporte de embarcações avariadas: usando-se heavy lift torna-se mais seguro visto que a embarcação não sofre, diretamente, influência do oceano. Com informações da UFRJ(Universidade Federal do Rio de Janeiro).