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Aplicativos de transporte são alternativas para usuários na região

Tamoios News

Por Simone Rocha

As quatro cidades do litoral norte dispõem de motoristas de aplicativos que oferecem um transporte mais rápido e dependendo do horário e da quantidade de pessoas, mais barato.

Na Ilhabela os motoristas de aplicativo não tem tido sucesso. Fala-se que não existem Uber e similares na Ilha, mas na verdade alguns se aventuram por alguns dias e acabam desistindo. Alegam que lá o serviço não é lucrativo.

Um motorista de transporte executivo, que prefere não se identificar, contou que durante quatro meses foi Uber na Ilhabela, mas que acabou pagando para trabalhar.

“Eu acredito que o mapeamento feito pelas empresas de aplicativo, como Uber, não levou em consideração a geografia da cidade. Sem contar a gasolina que custa cerca de cinco reais o litro. Uma corrida da Ilha das Cabras até a Feiticeira custa R$ 5,50, o valor não paga nem a gasolina”, lamenta.

O certo é que independente do caso da Ilhabela, onde o Uber não decolou, as empresas de aplicativos de transporte não param de crescer. No Brasil, a Uber tem mais de 600 mil motoristas cadastrados, de acordo com os últimos dados, de 2018 e cerca de 22 milhões de usuários costumam solicitar esse tipo de corrida no país.

No litoral norte as pessoas já se acostumaram a utilizar o serviço. A professora Raquel Souza Machado, de Ubatuba, conta que tem utilizado os aplicativos, pois apesar de ter carro, está com a habilitação suspensa.

“Me ajuda muito. Acho prático e o preço compensa, principalmente quando estamos com mais pessoas, pois sai mais barato do que ir de ônibus. Somente no final do ano que a frota aqui em Ubatuba não comportou a demanda, pedíamos e os motoristas acabavam não aceitando a corrida, pois tinha mais passageiros do que carros”.

O motorista Victor Hugo Justiniano Ferreira do Ó, de Caraguatatuba, trabalha das 12h a meia-noite pelos aplicativos Uber e 99. “Acredito que trabalhando certinho é possível tirar cerca de dois mil reais por mês ou até mais”.

Outro morador de Caraguá, José da Silva Melo, já trabalhou como motorista no período que estava sem emprego fixo. “Fazia nos horários que a remuneração é melhor, de manhã e à tarde. Eu já estava para atingir o nível 3, que é pontuação que a Uber dá por tempo de corridas e por avaliação dos passageiros, mas parei porque arrumei um outro trabalho. Eu sei que tem motorista que chega a trabalhar mais de 16h por dia. Além do dinheiro temos que avaliar o desgaste do carro, gasto com combustível e multas”, alerta Melo.

O motorista Miquéias disse que para faturar bem é preciso dedicação e empenho

Miquéias Marco Silva, também de Caraguatatuba, trabalha há um ano com Uber. “Me cadastrei como Uber, mas fiz de forma errada, solicitei para dirigir em Brasília. Liberou meu cadastro, já tinha alugado o carro e não conseguia corridas, perdi um mês e meio de aluguel, devido ao meu erro de cadastro. Hoje acho engraçado, mas
tomei um prejuízo com esse descuido. Além do Uber tenho bastante clientes particulares. Faço corridas até São Paulo, Osasco, Guarulhos e já fiz diversas viagens para fora de São Paulo, como Rio de Janeiro, Curitiba, entre outros locais. No início eu alugava o carro, pagava cerca de 1.600 reais mensais, mas agora comprei meu próprio veículo. Eu acredito que é possível ter uma boa renda, mas é preciso se empenhar e trabalhar direitinho”, aconselha Miquéias.