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Covid-19: “Parece cena de guerra”, diz caraguatatubense que vive em Emília-Romagna, no norte da Itália

Tamoios News
Carina e os filhos Lucas e Vitória em sua casa em Castelo San Pietro Finis, no norte da Itália

Por Salim Burihan

Os brasileiros que vivem na Itália estão isolados em casa devido ao coronavírus. Segundo a caraguatatubense Carina Cardamone, a “cena é de guerra, com estradas bloqueadas, ruas vazias, comércios e escolas, universidades fechadas e a proibição de sair  ou entrar nas cidades.

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, decretou nesta segunda-feira(9) bloqueio da Itália como medida para conter a propagação do Covid-19, restringindo os deslocamentos no país.

A Itália é o país europeu com o maior número de infectados e de mortos pelo Covid-19. Dados divulgados ontem mostram o aumento de número de mortes pelo vírus de 97 para 463 e um crescimento de 24% no total de casos, que chegou a 9.171. Desse total, 733 pessoas estavam em tratamento intensivo.

Consegui conversar com Carina na noite desta segunda(9). Carina Cardamone, cuja família vive na Praia de Capricórnio, em Caraguatatuba, está com seus dois filhos na Itália.

Carina foi para a Itália em 2018. Depois foram os dois filhos, Lucas e Vitória. Foi para lá para estudar e trabalhar.

Ela vive com os dois filhos, Lucas e Vitória  numa comunidade chamada Castelo San Pietro Finis, em Emilia-Romagna uma região no norte da Itália, próxima a Bolonha. A comunidade tem cerca de 16 mil habitantes.

Carina trabalhava há até três emana atrás em dois restaurantes, mas desde a semana passada, ambos foram fechados por causa do coronavírus. .

Ela conta que acompanhava os casos de coronavírus pela mídia, mas não imaginava que a situação fosse complicar tanto.

“Aos poucos o vírus foi se espalhando, cidades fechando e proibindo a circulação de pessoas. Aqui na minha cidade algumas pessoas já estão infectadas, inclusive, jovens”, contou.

Segundo ela, primeiro decidiram fechar as escolas, as universidades e proibir a concentração de pessoas. Agora, fizeram um decreto determinando que devemos manter um metro de distância das pessoas e proibindo o cumprimento por mãos ou abraços”, contou.

Carina disse ainda que só sai de casa para comprar mantimentos e que apenas grandes supermercados ainda estão abertos. Comércios menores onde existe uma aproximação maior entre vendedor e cliente estão fechados.

“O contágio e as mortes estão crescendo assustadoramente. Estradas estão bloqueadas, não se pode entrar e nem sair. Cena de guerra. Pessoas tensas nas ruas, usando máscaras- apesar da orientação para que apenas use máscara quem tiver com o vírus,  para evitar a propagação”, disse.

“A família e amigos estão mantendo contato diariamente perguntando como estamos. Percebemos que a situação está ficando cada vez mais difícil por toda a Itália. Não estão permitindo que as pessoas entrem ou deixem a cidade por causa do vírus”, detalhou.

Carina disse ainda que o governo publica vídeos orientando a população a manter a higiene das mãos e evitar contatos com as pessoas.

Ela disse que ainda não pensa em retornar com os filhos para o Brasil. “Acredito que com o fim do inverno a propagação do vírus será menor. Quando começar o verão- aqui chega aos 44 graus, acredito que a propagação do vírus será menor. Vamos esperar. Aguardar para ver como irá ficar daqui para a frente”, finalizou.