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Casal de São Sebastião que já percorreu vários países em motorhome faz planos para viagem ao Peru pós-pandemia

Tamoios News

Cláudio Ricci, de 82 anos, engenheiro agrimensor aposentado e sua esposa, Maria Idalina, de 65 anos, ambientalista aposentada tem um estilo de vida diferente. Eles moram em um motorhome, que é literalmente uma casa sobre rodas, com banheiro com chuveiro, pia e sanitário, cozinha com pia, fogão, sugar e geladeira e um quarto com cama e televisão. O modelo atual deles é um Volkswagen Caio Carolina 7.90 e a parte da casa foi montada pela Grandtrailer, com 2.10×7.00m.

Devido a pandemia eles estão estacionados no quintal de casa, no bairro Praia Deserta, em São Sebastião, mas antes da quarentena eles paravam pouco por ali. Na verdade, a casa funciona como um ponto de apoio, que serve para receber amigos e familiares, mas eles vivem mesmo dentro do motorhome.

Cláudio e a esposa, Maria Idalina, em uma das suas viagens pela América Latina.

Já estiveram algumas vezes na Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, além de vários estados brasileiros. Após a pandemia o Peru está nos planos do casal, que participam de um grupo chamado Amigos Caravanistas, com 28 adeptos de São Sebastião e Caraguatatuba. O casal participa de encontros organizados por grupos de Mothoromeiros, como o reconhecido nacionalmente, Roda Mundo, além do Pé na Estrada, Rancho Móvel, Uai, Estradeiro, entre outros.

“Quando viajamos ficamos em campings onde encontramos o apoio necessário e também contamos com os postos de serviços na estrada e postos de combustíveis, para abastecimento de diesel, água e a maioria deles fornece ponto de energia. Viajamos ora só, mas também em comboio! Nossa casa rodante tem tudo que precisamos para viver bem e de forma prática. Levamos somente o necessário, como roupas e utensílios. Na estrada existe muita camaradagem e fazemos muitas amizades”, relata Cláudio.

Cláudio ao volante do motorhome em uma das viagens do casal.

Juntos há 42 anos, Maria Idalina conta que no segundo ano de convivência Cláudio substituiu o motor da caminhonete que tinham a álcool por um motor a diesel e já partiram para a primeira viagem do casal, passando pela Bahia, Espirito Santo e Minas Gerais.

“Ficamos viajando assim, nas férias, por alguns anos e depois compramos um trailer, que era puxado pela caminhonete. Tivemos também um motorhome maior com 9,60. Com ele viajamos por cerca de 15 anos, chegamos a visitar o Paraguai com esse trailer, num comboio de 34 motorhomes, durante uma semana. Ficamos acampados em um camping na cidade de San Bernardino. Fomos recebidos por ministros e até o presidente do país, na época, almoçou conosco em um evento muito bonito e inesquecível! Demos entrevistas para jornais e televisões paraguaios”, recorda Maria.

Maria Idalina no interior de sua casa, o motorhome, que fica estacionado no quintal do imóvel deles, na Praia Deserta, em São Sebastião.

Eles contam que passaram por diversos apuros na estrada, mas como viajam em uma casa, tudo fica mais fácil. “Já ficamos na estrada, já dormimos em oficinas, mas como a gente está sempre com a casa, com nossa roupa, nossa comida, nossos livros e com tudo que é importante para gente, nós encaramos tudo com muita tranquilidade”, revela Idalina.

Acostumados a viverem no motorhome, Cláudio e Maria não sentem falta de uma casa normal. “Sabemos que o motorhome é um lugar pequeno, mas é a vida alternativa que nos faz feliz e muito nos agrada. Temos vários amigos que antes não tinham motorhome, mas hoje estão nesse caminho e também estão chegando à conclusão de que é muito agradável e que é possível. Nós já estamos nessa nova tendência de sermos mais felizes com menos há muito tempo e agora vemos que com a pandemia, isso é a máxima dos nossos dias. Acredito que se as pessoas não procurarem serem felizes com menos o planeta não vai aguentar”, reflete Maria.

Além do Peru, o casal tem vários roteiros na mente, mas precisam esperar passar a pandemia. “Não temos como prever a data da próxima viagem, pois as fronteiras estão fechadas, os municípios estão com restrições e no momento não é possível fazer uma viagem com segurança. Estamos bem por aqui, no nosso motorhome, instalado em nosso quintal, aguardando os acontecimentos para podermos retornarmos para estrada”, finaliza Cláudio.

Cláudio Ricci, de 82 anos, está cheio de planos para novas viagens pós pandemia.