Grande parte das crianças do país não recebe apoio para a prática de esportes
por Ronaldo Kotscho
Hoje, com muita alegria, começo meus trabalhos jornalísticos no Portal Tamoios News.
Por ter iniciado como repórter de esportes em 1967 no jornal O Estado de São Paulo, indo depois trabalhar na Revista Placar, SBT e ESPN Brasil, e nessa longa caminhada ter acompanhado a falta de incentivo ao esporte para crianças no nosso Brasil, escolhi esse tema como primeira crônica neste Portal.
Acompanhando meus netos em suas atividades esportivas em Goiânia, e assistindo seus treinamentos e jogos, me veio à mente como seria importante para as crianças do nosso Litoral Norte ter atividades esportivas bem organizadas e patrocinadas pelas prefeituras.
Passei inúmeras vezes pelas quadras esportivas municipais e pelos campos de futebol de São Sebastião e com tristeza notei que elas não tinham atividade. Pior ainda à noite, quando todas estão iluminadas e vazias.
O Estado até que incentiva realizando, por exemplo, os Jogos Abertos do Interior, mas até isso é lamentavelmente desprezado em muitas cidades, como, infelizmente, São Sebastião, que no ano passado não enviou nenhum atleta por não ter inscrito as equipes por esquecimento… Caraguatatuba é a única cidade que leva a sério o esporte e com isso participou várias vezes como sede dos jogos regionais e como prêmio ganhou a visita de inúmeros turistas e movimentou o seu comércio.
Não prestigiar o esporte é um mal que atinge o Brasil inteiro. Em Goiânia também não é diferente. Como em todas as cidades, apenas os clubes e escolas particulares realizam atividades esportivas com seriedade. Com isso, apenas os ricos e aqueles atletas que ganham bolsa por ter se destacado em alguma atividade têm esse privilégio.
Pelas minhas andanças pelo Brasil, encontrei pistas de atletismo construídas com dinheiro público no meio do nada, e grandes ginásios poliesportivos. Construir é o que todos os governos fazem, mas colocar gente especializada para formar atletas, isso é praticamente impossível de se ver.
Perto da minha casa em Porto Grande, por exemplo, tem um campo de futebol oficial, mas durante a semana ele vive às moscas. Não se poderia colocar um professor de educação física lá e iniciar um trabalho sério de escolinha de futebol? Quantos meninos poderiam fazer uma atividade saudável e até sonhar em ser jogador profissional?
E nas quadras, seria possível colocar professores de educação física para escolinhas de vôlei, basquete, futsal?
Mas as prefeituras preferem crianças envolvidas com as drogas, marginalizadas e sem futuro.
Ano que vem tem eleição nas cidades, que tal cobrar dos candidatos o incentivo real ao esporte?
