Os vereadores aprovaram na sessão de terça- feira (17/11), o Projeto de Lei 102/20, de autoria do vereador Ernaninho, que dá o nome de “Aristeu Viterbo de Melo” à Farmácia Central de São Sebastião.
Aristeu Viterbo de Melo, “seu Aristeu da farmácia”, assim passou a ser conhecido pois trouxe para São Sebastião a primeira farmácia alopática, a Droga Nova, na rua da praia, iniciativa de extrema importância não só para São Sebastião, mas para Ilhabela também.
Ali chegavam pessoas reclamando de suas dores, bebedeiras, escoriações, buscando material para exames, remédios entre outros. O local era quase uma extensão do hospital. No entanto, com seu temperamento comunicativo sempre tinha uma graça pra fazer, uma piada ou um verso pra recitar o que tornava o ambiente alegre.
Seu Aristeu foi um menino pobre do campo, das roças de Minas Gerais, uma pobreza de mesa farta de queijos, broas, torresmos, quiabos, ovos vermelhos, frango caipira e muita fruta no pé. Ficou órfão muito cedo, saiu da sua cidade natal Ervália para ganhar o mundo, deixando seus irmãos e amigos.
Partiu para Juiz de Fora, cidade com mais oportunidades para um jovem tão criativo como ele foi. Lá entrou para o exército, se tornou dentista prático, protético e um ator iniciante de teatro.
Não demorou a conhecer uma linda e prendada moça, Luzia Andrade de Melo, com quem se casou e teve cinco filhos, Marco Antônio, Fábio Cesar, Cibele Jussara, Regina Celi e Valeria.

Luzia Andrade de Melo e Aristeu Viterbo de Melo
Em 1960 decidiram se mudar para o litoral a convite de amigos da mesma roça que já estavam pela região. Chegando em São Sebastião exerceu seu ofício com grandeza e primor, pessoas ainda se lembram de seus dentes bem cuidados por ele, ou uma prótese perfeita e quase natural, outros comentam sobre sua mão leve para aplicar injeção que “nem chegava a doer”.
Trouxe também a primeira padaria industrial, Padaria Califórnia, na praça do coreto, tinha até pizza, coisa rara naquele tempo. Para que seus clientes tivessem pão fresco em sua porta nas primeiras horas do dia seu Aristeu distribuía durante a madrugada por toda a cidade. E assim se tornou o “seu Aristeu da padaria”.
Sempre inquieto, coração de menino, jamais negou um socorro, uma obturação, um medicamento ou alimento a quem não poderia remunerar seu trabalho.
Aristeu Viterbo de Melo faleceu vítima de enfarte em 4 de maio de 1996, e a homenagem in memoriam ao comerciante pela Câmara Municipal de São Sebastião ocorre um ano antes de seu centenário de nascimento 4 de setembro de 1921.
Justa homenagem a “seu Aristeu da farmácia”, a “seu Aristeu da padaria”, um homem a frente de seu tempo, um homem rico de alma!