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Advogado de Márcio Tenório diz que vai pedir na Justiça anulação do julgamento das contas de 2017

Tamoios News

Em sessão realizada na Câmara de Ilhabela que começou às 18h28 de terça (21) e se prolongou até às 4h18 desta quarta-feira (22), os vereadores aprovaram por unanimidade o parecer do Tribunal de Contas pela desaprovação das contas municipais da Prefeitura de Ilhabela relativas ao exercício de 2017. Na época, o prefeito era Márcio Batista Tenório. 

A presidente da Câmara de Ilhabela, vereadora Diana Almeida (PL), disse no início da sessão que a Câmara recebeu, às 16h42 e às 17h02, e-mails de procuradores do ex-prefeito solicitando a retirada de pauta da matéria e pedindo o adiamento do julgamento das contas de 2017, devido à paralisação da balsa. “O pedido foi indeferido por mim, como presidente, tendo em vista que a paralisação ocorreu, no período da manhã, porém a partir das 14 horas a balsa já estava funcionando normalmente. Então o pedido dos procuradores é totalmente injustificado, portanto nós teremos aqui o julgamento”, disse Diana.

Para a emissão do parecer desfavorável à aprovação das Contas do primeiro ano de gestão do então prefeito Márcio Tenório, e que foi acompanhado pela Câmara, o Tribunal de Contas apontou “inúmeras falhas que evidenciam irregularidades e falta de efetividade na gestão de recursos públicos, além de desrespeito aos princípios que devem nortear a Administração, insculpidos no artigo 27 da Constituição Federal”. 

Por telefone, o advogado de defesa de Márcio Tenório, Anthero Mendes Pereira Júnior, disse ao portal Tamoios News que considera que “houve um cerceamento de defesa por parte da Câmara que maculou todo o processo” e que pretende “propor medida para anular a decisão da Câmara em razão de notório cerceamento de defesa, pela ausência de possibilidade de estarmos juntos na sessão de julgamento”.

O advogado contou que mora em São Paulo e que estava se preparando para viajar à Ilhabela na manhã de terça (21), para participar da sessão de julgamento, quando soube que a balsa estava paralisada e preferiu não arriscar a viagem sem ter certeza que conseguiria fazer a travessia de São Sebastião para a ilha. “Até o horário que eu ia sair, ficamos sabendo que não tinha normalizado. Não daria tempo de eu sair de São Paulo para ir até a Câmara de Ilhabela nesta impasse de ‘abre, não abre’, sem saber como ficaria a balsa”, disse Anthero.

A defesa do ex-prefeito aposta nesta tese, de que Márcio Tenório foi prejudicado pela decisão de não adiar o julgamento diante da paralisação da balsa. “O prefeito não praticou nenhum ato doloso contra o erário, sempre trabalhou voltado pro interesse público e à legalidade. Isso ficaria demonstrado ontem se a defesa tivesse condição de se manifestar. E o direito à defesa é consagrado na Constituição”, afirmou. “Não havia nenhum prejuízo para o processo adiar por uma sessão, parece ser uma situação de querer logo deixar o prefeito inelegível”, disse o advogado.