Os alunos resolveram manter a ocupação mesmo após o governo revogar mudanças
Por Raell Nunes
Os alunos da escola estadual Professora Aurelina Ferreira, localizada em Ubatuba, resolveram manter a ocupação da unidade, mesmo após a revogação da reorganização das escolas, anunciada no último sábado (5), pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo os estudantes, que ocuparam a escola no início do mês, ainda há muita mudança a fazer e motivos para reivindicar.
A reportagem do Tamoios News voltou à escola nesta segunda-feira (7), para acompanhar as ações dos estudantes. Glauber dos Santos Francis, 17 anos, relatou que os alunos estão muito entusiasmados com o movimento e disse que os colegas já consideram a Aurelina (escola) como a primeira casa deles.
”Aqui não é uma bagunça, estamos organizados. Limpamos a escola, fazemos comida, temos muitas atividades, os quartos (salas de aulas adaptadas) estão separados com as meninas de um lado e meninos de outro”, explicou.
Outro aluno Gabriel Henrique Gomes Souza, 16 anos, considera a iniciativa estudantil muito importante. Ele destaca que há uma união das diversas escolas contra o Estado. “Nós ocupamos e foi um bom começo, mas queremos mais mudanças. A unidade está largada. Não temos ventiladores, há buracos nos pisos, infiltrações nas paredes, janelas com vidros quebrados e lousas sem condições de serem utilizadas. Isso é vergonhoso”, afirmou.
Mais uma ocupante, Gislaine Ferreira, 16 anos, disse esperar uma melhoria para educação ubatubense. “Esse movimento é para beneficiar também os professores que estão jogados para escanteio, são humilhados, seus salários são baixos. A escola não recebe mais verbas para fazer reformas. Não está nada bem, por isso vamos continuar lutando contra o governo”, explicou.
Segundo os manifestantes, a comunidade está ajudando muito, com doações diversas, tais como: comida, livros, jogos interativos e até um roteador de internet.
De acordo com os jovens, enquanto a unidade permanece ocupada, várias atividades são realizadas na escola, entre elas, sarau, apresentações de danças, ping-pong improvisado, debates e palestras. Apesar da escola ser controlada pelos alunos, eles dizem que todos os eventos estão aberto ao público.
