Atualmente há cerca de 60 ambulantes que trabalham na praia da Costa Sul de São Sebastião e muitos deles reclamam de inúmeros problemas existentes
Por Rafael César, de São Sebastião
Cerca de 20 ambulantes que trabalham na praia de Maresias, Costa Sul de São Sebastião, compareceram nesta quinta-feira (8), em uma assembléia para fundar a Acam (Associação de Carrinheiros Ambulantes de Maresias). A reunião definiu o presidente e vice, a secretária, tesoureira e fiscal da organização. O estatuto da associação foi previamente instituído e agora precisa ser oficializado na justiça.
A iniciativa surgiu pela vinda da temporada de verão e também pela falta de fiscalização que está acontecendo durante todo ano, explicou o presidente da Acam, escolhido pela maioria dos ambulantes, Lecivaldo Cruz de Souza, 33, mais conhecido como ‘Batata’.
Segundo Souza, os ambulantes vão se reunir com o prefeito eleito Felipe Augusto (PSDB), após a posse, para tratar de assuntos relacionados à atividade do grupo. Para participar da Acam, o ambulante deverá pagar uma taxa que será estipulada na próxima assembleia do grupo, que ocorrerá na terça-feira (13), já na sede da associação. A Acam fica na rua Antônio Silvério dos Santos, 7. O prédio foi cedido pela secretária eleita, Fabiana Ferreira Coutinho, que é ambulante há 15 anos no bairro.
“Existem muitas questões a serem discutidas, no entanto, faz um bom tempo que não vejo fiscal na praia. No verão aparece ambulante de tudo quanto é lugar, como eles serão pegos sem ter uma fiscalização presente? Estava até pensando em desistir do ramo, mas minhas esperanças aumentaram depois dessa iniciativa. Além do mais, eu fui nomeada secretaria, e neste caso tenho trabalho a fazer por essa categoria trabalhista”, acrescentou Fabi, como é mais conhecida.
Os ambulantes que estão participando do projeto trabalham com alimentos e bebidas. A associação terá no seu estatuto questões específicas para ambulantes desse ramo, já que em Maresias existem sorveteiros, vendedores de queijo, de roupas de praia e artesãos. Futuros membros poderão se filiar a organização em qualquer momento.
A vice-presidente eleita pela maioria dos ambulantes, Valéria Oliveira Dutra, acredita que os ambulantes deveriam ter uma estrutura melhor para oferecer para os turistas. “Faltam banheiros para os veranistas de Maresias e também duchas. A legislação é falha e deveria ser revista. Fiquei feliz com a fundação da Acam, pois a união dos ambulantes irá fazer a diferença”, comemorou.
De acordo com o presidente, as licenças são utilizadas como moeda de troca dentro da política e muitos que conseguem alugam ou vendem. “Aqui no bairro existe muitos casos de pessoas que possuem uma licença e utilizam dois pontos, ou seja, uma licença e duas barracas é um absurdo. Pretendemos mudar isso tudo. Se eu for contar o tanto de pessoas irregulares, imagino que nem dá o número de dedos que tenho”, completou.
Os trabalhos na associação só estão começando e a prioridade será a adequação e padronização das barracas que vendem alimentos. Os ambulantes contam que não pretendem prejudicar ninguém, e querem agregar o máximo de pessoas que forem legalizadas na prefeitura para fazerem parte da Acam. Um grupo da associação divulgará a proposta neste fim de semana para todos que são proprietários de carrinhos na praia.
O presidente garantiu que o advogado da associação está trabalhando arduamente para montar toda a documentação até o final de janeiro de 2017, quando a Associação já terá pautado cada demanda dos associados.