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Amigos do Beach Tennis de Boiçucanga (ABTB): uma proposta de esporte como profissão e carreira para os jovens em São Sebastião

Tamoios News

Uma prática esportiva que virou uma febre nas praias do litoral norte nos últimos anos, o tênis de praia ou beach tennis, está frutificando em Boiçucanga, São Sebastião. O esporte é um dos que mais cresce no país em praticantes e locais de jogo, especialmente no sudeste.

Por meio de um projeto que inicia as crianças há quase uma década no bairro, jovens atletas estão se despontando no cenário profissional e também como professores da modalidade.

Em Boiçucanga, o beach tennis chegou em meados de 2012 com o casal Noélia e Zahi, moradores de São Vicente. Junto com Branco, Emerson Ribeiro e Nélia, moradores de Boiçucanga, jogavam sempre na praia e outras pessoas quiseram aprender. Encontraram o point e montaram uma quadra.

Perceberam que havia muitas crianças pela praia que ficavam ociosas e resolveram convidá-los para jogar beach tennis. Noélia passou a dar aulas para quem tinha interesse. Assim foi crescendo a prática em Boiçucanga.

Como é necessária a raquete para jogar, Noélia e o grupo conseguiram raquetes para as crianças, eles gostaram e iam jogar ao invés de ficarem ociosos. Muitas vezes, Branco ia buscá-los em suas casas para treinar. Assim surgiu a ABTB Amigos do Beach Tennis de Boiçucanga, onde várias pessoas ajudaram a construir o que é hoje, onde cada um dedica-se em sua área de atuação. Élcio Barreto, morador do bairro, organizador dos campeonatos, é árbitro da federação paulista de tênis e responsável por toda a parte técnica dos campeonatos organizados pelo grupo.

Vera Lúcia Vada, aposentada e integrante do grupo, conta que hoje o grupo é uma potência em São Sebastião. “Além deles aprenderem o esporte, ensinamos sobre a vida, respeitar as pessoas, não falar palavrão, serem cordiais. Eles conquistam muitas pessoas que chegam no point e contribuem com a gente”, conta.

Vada relembra que começaram com 8, 9 anos, hoje estão com 18. “O caso do Daniel Mola, que joga profissionalmente. “Já foi seleção paulista, brasileira e sulamericana. É o nosso astro principal. Tem o Maurício, o Pedro, jogam profissionalmente também. O Eduardo e o Luis, já estão dando aulas, fizeram curso de treinador de beach tennis e paralelamente com a faculdade, estão dando aulas. Isso é um sucesso para a gente, demos uma direção, uma carreira para eles seguirem e com certeza se darão super bem”, comemora.

Hoje o point tem cinco quadras, todas iluminadas, fica em frente ao shopping de Boiçucanga. O grupo sobrevive de doação, todos que jogam no point, se quiserem, contribuem mensalmente com R$10 reais e com esse dinheiro compram redes, fitas, raquetes, bolinhas, grip e doam para as crianças. “Os meninos participaram dos Jogos Abertos do Interior, também conseguimos levar os meninos para campeonatos federados para que se motivem, aprimorem. Sempre levamos para o International Tennis Federation (ITF), onde os profissionais jogam e eles podem acompanhar o alto nível técnico, é um aprendizado. Também participamos com eles nos campeonatos da região, fazendo uma integração”, frisa Vada.

O grupo sempre faz reuniões no point com os amigos, comemoram aniversários, realizam integração com as crianças do projeto. Na Páscoa distribuíram 60 ovos para os pequenos.

Emerson Barbosa Ribeiro, conhecido como Branco, é empresário, vive em Boiçucanga e conta que desde o início gostou muito do esporte, ele e a família jogavam sempre. “Com o projeto os meninos que começaram com a gente estão dando aulas, ganhando mais que se estivessem trabalhando em qualquer empresa. Outros estão jogando profissionalmente como os irmãos Mola pelo mundo inteiro, divulgando e fazendo o que gostam. Muitos se encaminharam”, comemora.

Sua filha Gabriela logo começou a treinar mais forte, jogou na seleção paulista infantil, depois na seleção brasileira, despontou na Copa Guga. “Hoje ela tem 19 anos, dá aulas de beach tennis e sobrevive com o dinheiro dela. Temos o point vivo, os meninos sempre disputando campeonatos. É um belo projeto”, comenta Branco.

Daniel Mola falou sobre a importância do beach tennis em sua vida “Fez com que eu mudasse o patamar, como a gente fala, estou muito feliz por isso, conquistei muita coisa”. Ele foi campeão panamericano duas vezes, vice-campeão mundial e está nos Top 38 do Mundo na categoria profissional, fora os torneios que venceu da ITF. “Eu sempre pratiquei outros esportes no começo, mas quando eu conheci o beach tennis mas quando peguei para valer, me surpreendi. É um esporte que você se diverte, não importa a idade da pessoa, mais velho ou mais novo, uma amizade que você constrói com pessoas de vários lugares. O esporte me deu a chance de viajar para vários lugares de fora do país”, conta o atleta.

Hoje ele tem 18 anos, sempre treinou bastante e atualmente também ministra aulas para levantar verbas para participar dos torneios. Reside em Campinas há um ano e meio, tem um coach, Lucas Souza. “Tenho muita gratidão, ele me fez mudar meu jogo de uma maneira fora do normal. O esporte mudou com a chegada de pessoas novas, patrocinadores, evoluiu bastante, torcemos para que se torne um esporte olímpico, que sabe não estarei lá?, frisa Mola.

Conheça alguns jovens frutos do ABTB

Eduardo Santos Pereira da Silva, 22, ministra treinamento em Uberlândia; Mauricio Mola professor, 22, treinador, joga profissionalmente e ministra aulas em Uberlândia; Gustavo Santos Pereira da Silva, 18, ministra treinamento em Boiçucanga no point ABTB; Gabriela Passos Ribeiro, 19, dá treinamento no point ABTB em Boiçucanga; Pedro Vitor da Silva Nicolau, 18, dá treinamento em Biguaçu, Santa Catarina, na arena Chaparro e este ano começou a jogar profissionalmente. Jackson Ferreira da Silva, 22, está em campinas ministrando treinamento e também jogando torneios na categoria profissional a partir deste ano. Pablo e o Laércio que estão dando treinamento em arenas de Florianópolis e São Bernardo do Campo.

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