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Apesar das reivindicações, Artesp alega que estudos impedem aumento da velocidade na Tamoios

Tamoios News

Cresce a cada dia as reivindicações por parte dos usuários da Rodovia dos Tamoios para que a concessionária, que administra a estrada, aumente de  80 para 100 Km/h o limite de velocidade estabelecido no trecho de planalto. A partir da duplicação do trecho, em 2015, a rodovia ficou muito mais segura e confortável, mas a Artesp  garante que estudos técnicos impossibilitam o aumento de velocidade no setor do planalto. Entenda

Por Salim Burihan

Os motoristas que utilizam a Rodovia dos Tamoios cobram da concessionária que administra a estrada o aumento da velocidade em seu trecho de planalto, onde as pistas são duplas, existem guardrails e poucos trechos em curva.

Para muitos motoristas, o limite de velocidade neste trecho, que vai do km 1 (São José dos Campos) ao Km 64(Posto da Polícia Rodoviária Estadual), poderia ser de 100 km/h. A velocidade máxima permitida é de 80 km/h. Em dois trechos do planalto, o limite é de 60 km/h.

No trecho de serra, entre os Kms 64 e 80, ainda em obras, não existem tantas reclamações com a velocidade imposta. Os motoristas entendem que enquanto as obras de duplicação da serra não forem concluídas, a velocidade mantida no trecho, de 40 km/h, deve ser respeitada. As obras devem ser finalizadas em 2021.

Velocidade reduzida na serra, por causa das obras, é aceita pelos motoristas

“Esse trecho da Tamoios, no planalto, após as obras de duplicação, ficou muito seguro, bem sinalizado e com passarelas para pedestres, por isso, entendo que o limite de velocidade poderia ser de 100 km/h”, afirma o taxista Camilo Neder, que usa diariamente a rodovia.

Segundo Neder, estradas como a Oswaldo Cruz(Ubatuba a Taubaté) e Floriano Rodrigues Pinheiro(que dá acesso até Campos de Jordão), que possuem pistas simples e oferecem muito mais riscos aos motoristas, também, tem limite de velocidade de 80 km/h.

Para Neder, a Tamoios, no trecho de planalto, tem pistas duplas, boa sinalização e um ótimo piso, garantindo muito mais segurança aos usuários. “É raro ver um acidente neste trecho depois da duplicação”, alega.

É verdade, os números comprovam. Entre 2010 e 2014, antes da duplicação, 83 pessoas perderam a vida na estrada. Entre 2015 e abril deste ano, período em que a rodovia foi duplicada e passou a ser administrada pela concessionária, ocorreram apenas 8 mortes na estrada, segundo dados repassados pela empresa.

O advogado Luiz Siqueira que, também, usa com freqüência a Tamoios, avalia que o aumento no limite de velocidade no trecho de planalto de 80 para 100 Km/h não deve causar mais acidentes ou mortes.

“Uso a Tamoios há mais de 40 anos e hoje, após a duplicação do trecho de planalto, posso garantir que é uma rodovia muito mais segura e confortável. Quando duplicar o trecho de serra, a rodovia será uma das mais modernas do país”, afirmou Siqueira.

O veranista Walter Silva, de Campinas, entende que o limite de velocidade atual, de 80 km/h, não é ruim para quem utiliza a rodovia a passeio, mas para quem usa a estrada constantemente e a trabalho, dificulta bastante.

“Usamos a Tamoios uma vez há cada dois meses para ir até Caraguatatuba. Usamos a rodovia D.Pedro, onde o limite de velocidade é maior. Acho que a Tamoios, também, poderia, no trecho de planalto, permitir uma velocidade maior”, comentou Silva.

A Concessionária Tamoios informou que o limite de velocidade é definido pela Artesp(Agência de Transportes do Estado de São Paulo) que regula e fiscaliza as rodovias sob concessão no estado.

Artesp

A Artesp informou que já foram realizados estudos técnicos no local a fim de verificar a viabilidade de proceder o referido aumento em atendimento a demandas da população da região.

O órgão esclarece que para definição da velocidade a ser regulamentada em uma rodovia, são seguidos manuais (DNIT, DER) que regram parâmetros mínimos para cada velocidade, onde são consideradas questões geométricas (curvas verticais e horizontais e superelevação máxima), classe da rodovia, relevo da região (ondulado, montanhoso) e histórico de acidentes.

Segundo a Artesp, os estudos realizados apontaram que há restrições geométricas (curvas verticais e horizontal que não atingem o parâmetro definido nos manuais para velocidade de 100 km/h, bem como tangentes seguidas de curvas horizontais acentuadas) que restringem a adoção de velocidades superiores a hoje regulamentada.

Finalizando, o órgão argumenta que tendo como foco a segurança viária e os manuais vigentes atualmente, concessionária, ARTESP e DER/SP (órgão responsável pela aprovação de qualquer alteração de velocidade nas rodovias estaduais) concluíram pela impossibilidade de alteração do limite atual.