Tribos Renascer e Boa Vista, de Ubatuba, ainda sobrevivem da arte
Por Raell Nunes
O artesanato feito pelos indígenas da região litorânea é, além de uma prática cultural, uma fonte de renda para sobreviver. O trabalho artesanal é diário e feito principalmente pelas mulheres.
Em Ubatuba, a comunidade indígena é representada por tribos que migraram para a cidade, depois do desaparecimento dos Tupinambás. No município, existem duas aldeias de origem Tupi-Guarani e Guarani: Renascer e Boa Vista.
A tribo Renascer é um atrativo turístico e cultural da cidade. Ocupando 2.500 hectares no Pico do Corcovado, os índios têm acesso à internet e uma escola, a Penha Mitãngwe Nimboea.
A Boa Vista fica em uma área de mata atlântica no Prumirim. Em uma local de 5.420 hectares, os indígenas estão na localidade desde 1960.
Ambas as tribos produzem artesanatos contendo colares, brincos, arco e flecha, cachimbos, rendas etc. Tudo é feito a mão e o material usado tem variações entre cipó, madeira, sementes, penas de gavião e coruja entre outros elementos.
Nas palavras da indígena da aldeia Renascer, Nifa Machado, o trabalho artístico é feito mais pelas índias. Ela ajuda a comercializar os produtos, vendendo-os em grandes eventos em Ubatuba e em outras localidades.
“É uma arte e uma cultura dos indígenas. Tudo é feito com coisas da natureza. Vendemos quando tem evento na aldeia, quando tem programação para turistas. Outra sobrevivência é a plantação de banana, café e palmito pupunha”, conclui.
As tribos indígenas brasileiras respiram arte. E até difícil definir um padrão artístico. A cerâmica, o traçado, os enfeites do corpo, as danças e rituais são os destaques.