Cidades São Sebastião

 As vésperas do “Dia Internacional da Mulher” ainda nos deparamos com alguns políticos que agridem e desrespeitam mulheres 

Tamoios News
Felipe Augusto - Prefeito de São Sebastião
Dia 8 de março é comemorado o “Dia Internacional de Mulher”, mas o que comemorar se é visível o aumento da violência contra as mulheres. Praticamente todos os dias encontramos reportagens sobre assédios, agressões, estupros e assassinatos que atingem as mulheres de todas as idades.
Apesar do empenho das autoridades preocupadas com o significativo aumento da violência, elaborando Leis como “Maria da Penha”, central de atendimento a mulher “180” e as inúmeras campanhas de proteção,  nos deparamos com políticos que sem escrúpulos agridem suas companheiras ou desrespeitam as mulheres.
O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB) foi acusado de violência pela mãe do seu segundo filho, a advogada Raquel Mendes. Segundo o Boletim de Ocorrência a vítima informou que o prefeito compareceu em sua residência e em uma discussão teria segurado o pescoço da advogada com as mãos, jogando-a no chão, além de segurar com agressividade os seus braços deixando marcas aparente.
E não podemos deixar de mencionar os áudios do Deputado Estadual Paulo Arthur do Val (Podemos-SP), que de maneira desrespeitosa descreve suas impressões sobre as mulheres da Ucrânia, onde afirma que “elas são fáceis, porque são pobres”. “Não peguei ninguém, porque a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de ‘minas’ e é inacreditável a facilidade”. Mulheres que se encontram em desespero, em uma guerra infundada, tendo que deixar suas residências, preocupadas com as suas famílias e com os seus companheiros que ficaram à frente da batalha.
O que leva um político que teria que dar o exemplo a agir dessa maneira? E quais serão as atitudes das autoridades para com esses infratores?
A pesquisa de opinião “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher — 2021”

Essa pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência revela que a maioria das mulheres brasileiras (86%) percebe um aumento na violência cometida contra pessoas do sexo feminino durante o último ano.

A pesquisa é realizada a cada dois anos, desde 2005. A edição de 2021 revela um crescimento de 4% na percepção das mulheres sobre a violência em relação à edição anterior. O estudo ouviu 3 mil pessoas entre 14 outubro e 5 de novembro.

Para 71% das entrevistadas, o Brasil é um país muito machista. Segundo a pesquisa, 68% das brasileiras conhecem uma ou mais mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar, enquanto 27% declaram já ter sofrido algum tipo de agressão por um homem.

De acordo com a pesquisa, 18% das mulheres agredidas por homens convivem com o agressor. Para 75% das entrevistadas, o medo leva a mulher a não denunciar. O estudo demonstra, no entanto, que 100% das vítimas agredidas por namorados e 79% das agredidas por maridos terminaram a relação.

O DataSenado ouviu as entrevistadas sobre o projeto de lei (PL) 116/2020, que criminaliza a violência contra a mulher praticada em meios eletrônicos. Aprovada na Comissão de Direitos Humanos (CDH) em agosto, a matéria, da senadora Leila Barros (Cidadania-DF), aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para 48%, se aprovada, a proposta vai aumentar a proteção à mulher.

— A violência contra a mulher ocorre em todos os espaços – em casa, na rua, no trabalho, e, pior que isso, a violência contra mulher também ocorre no ambiente virtual — afirmou Leila Barros, que é Procuradora da Mulher no Senado.

O coordenador do DataSenado, Marcos Ruben de Oliveira, apresentou a pesquisa e mostrou também um painel interativo que pode ser acessado pelos cidadãos que queiram entender os dados de violência doméstica no Brasil.

— Nós acreditamos que os resultados da pesquisa podem ajudar bastante nas políticas públicas voltadas ao combate da violência contra a mulher — afirmou o coordenador do DataSenado.

A coordenadora do Observatório da Mulher contra a violência no Senado Federal, Maria Teresa Firmino, disse que o trabalho realizado é essencial para buscar medidas de combate à violência contra a mulher.

— Os números da pesquisa ganharam outra forma quando eu passei a ouvir os relatos das mulheres vítimas da violência doméstica.

Fonte: Agência Senado