Barco norte-americano formado por Asher Zittrer e Watt ganha a prova na última manobra
O Mundial de Snipe 2019 começou nesta terça-feira (8) com 70 barcos de 11 países. A principal competição da categoria é disputada na Escola de Vela Lars Grael, em Ilhabela (SP), e terá ao todo nove regatas com dois descartes. A primeira foi disputada no Canal de São Sebastião, mais perto do continente, com média de 8 nós de vento soprando na direção sul.
O vencedor da única prova do dia foi o barco norte-americano formado por Asher Zittrer e Watt Duffy. A dupla ultrapassou os japoneses Naoki Inoue e Matasataka Kojima na última manobra e garantiu o resultado quase ao cruzar a linha de chegada. Logo atrás dos asiáticos, em terceiro, finalizaram os brasileiros Rafael Gagliotti e Henrique Wisniewski.
”O segredo da vitória foi o Asher [Zittrer]. É um velejador que treina muito e faz parecer fácil as coisas. Mas não são fáceis. Nossa comunicação a bordo foi ótima”, contou Watt Duffy.
Com apenas 18 anos, Asher Zittrer é um dos velejadores mais novos da competição internacional em Ilhabela (SP). Perguntado sobre o que esperar das próximas regatas, o jovem atleta texano disse que é preciso ter sorte como na de hoje.
Os Estados Unidos contam com dez equipe em Ilhabela (SP) e, para melhorar o desempenho do grupo, a delegação contratou dois treinadores: o argentino Leandro Spina e o brasileiro Juan de la Fuente, que conhece bem a raia com anos de experiências em regatas locais.
”Tentamos ajudar com algumas informações da ilha. Deu certo e eles se saíram muito bem na regata de estreia”, explicou Juan de La Fuente.
Resultados completos em https://2019.
Em número de barcos, Brasil lidera com 24 barcos inscritos! A Argentina vem logo atrás com 12, seguida por Espanha, Estados Unidos e Japão. Os melhores brasileiros na primeira regata do Mundial de snipe 2019 foram Rafael Gagliotti e Henrique Wisniewski, com o terceiro lugar.
”Foi uma regata bem difícil. Essa condição de sul já é difícil com vento constante, quanto mais com intensidade fraca. É preciso estar preparado e contar também com a sorte”, contou Rafael Gagliotti.
O proeiro Henrique Wisniewski reforçou que a dupla soube tomar boas decisões na regata, andando bem principalmente no vento de popa. ”O primeiro passo é conseguir largar numa regata com tantos barcos, o que é difícil. Agora esperar ventos melhores para o decorrer do campeonato”.
A comissão de regatas deve fazer até três provas nesta quarta-feira (9), mas a previsão para o litoral norte de São Paulo é de chuva durante o dia.
Mundial Júnior
O Mundial Júnior de Snipe 2019 foi decidido na última das nove regatas em Ilhabela (SP) no sábado (5). Os cariocas Gustavo Abdulklesh e Leonardo Motta ficaram com a medalha de ouro superando em pontos os portugueses Mafalda Pires de Lima e Tomas Pires de Lima, que terminaram com a prata.
A terceira colocação do evento foi para os baianos Rafael Rizzato e Gerald Wicks, vencedores da última prova do calendário neste sábado (5).
O resultado de Gustavo Abdulklesh e Leonardo Motta mantém a tradição brasileira na versão juvenil do Mundial de Snipe. Foi a nona conquista nacional na competição.
Os primeiros campeões foram Torben Grael e Eduardo Mascarenhas, em Mission Bay, nos Estados Unidos, em 1978. A última edição também teve o Brasil no lugar mais alto do pódio com os gaúchos Tiago Brito e Antonio Rosa, em La Coruña 2017.
A competição para atletas com até 22 anos teve ao todo 15 duplas de cinco países e precedeu o Mundial Sênior.
Brasil tem tradição no Snipe
O País sediou outras quatro vezes o Mundial de Snipe. A primeira vez foi em 1959, em Porto Alegre (RS), com o título ficando para o dinamarquês Paul Elvstrøma, lenda da vela internacional com quatro ouros olímpicos.
Em 1971, no Rio de Janeiro (RJ), o primeiro lugar ficou com os norte-americanos Earl Elms e Craig Martin. Em 1993, a capital gaúcha Porto Alegre sediou novamente o Mundial de Snipe e o ouro ficou para os argentinos Santiago Lange (campeão olímpico na Rio 2016) e Mariano Parada.
Em 2013, os brasileiros Bruno Bethlem e Dante Bianchi ficaram com o título na edição do Rio de Janeiro (RJ). foi a única vez que uma dupla nacional ganhou a competição em casa.
No entanto, o Brasil tem ao todo 13 duplas campeãs mundiais de Snipe. A última conquista foi em 2015, na edição de Talamone, na Itália. A dupla Mateus Tavares e Gustavo Carvalho subiu no lugar mais alto do pódio.
Vale destacar que o primeiro título mundial da vela nacional foi na Snipe. Em 1961, em Rye, nos Estados Unidos, os irmãos Axel e Eric Schmidt foram campeões.