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Campanha Por Uma Cidade Navegável completa 11 anos e comemora avanço da despoluição do Rio Pinheiros

Tamoios News

Na última quinta-feira (24/03), o governo de São Paulo anunciou o início das obras que irão revitalizar uma área de 30 mil m² na Usina São Paulo (ex-Usina Elevatória de Traição), nas margens do rio Pinheiros.

A notícia soou como música (e das boas) para quem sonha navegar pelo rio que passa pelas zonas Oeste e Sul de São Paulo: 85% das águas do Pinheiros já têm mais oxigênio e menos poluição.

Início da revitalização da Usina São Paulo

A modernização da Usina São Paulo prevê a implantação de restaurantes, lojas, cinema ao ar livre com a maior tela da América Latina, escritórios, rooftop (área localizada no terraço) com cafés e restaurantes, mirante com vista 360° e academia, entre outras atrações.

A ideia é transformar a Usina São Paulo em uma espécie de Puerto Madero, a área portuária de Buenos Aires que passou por um ambicioso processo de revitalização, há 30 anos, transformando-se de uma “terra de ninguém” em uma das regiões mais valorizadas da capital argentina.

A ação faz parte de uma série de medidas adotadas pelo Estado para aproximar as pessoas do rio, como a criação de novos espaços de lazer e esporte, a começar pela ciclovia que margeia o canal e pela criação do Parque Bruno Covas (um consórcio formado pelas empresas Jardiplan, Metalu, Parque Global e Farah Service), em cuja área estão dispostos diversos equipamentos ao ar livre, como estações de ginástica, quadras poliesportivas, playgrounds e — atenção para o detalhe — infraestruturas náuticas, como a instalação, já concluída, do primeiro píer na águas do rio Pinheiros.

Campanha Por Uma Cidade Navegável comemora 11 anos

Há mais de uma década, o empresário Ernani Paciornik, presidente do Grupo Náutica, comanda ações de conscientização para a limpeza de nossos rios, e desde 2019 se engajou no Programa Novo Rio Pinheiros, que representa a soma de esforços entre as esferas pública e privada em busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas com novas opções de lazer e convívio.

Tudo começou em 2011, quando o Grupo Náutica lançou a campanha POR UMA CIDADE NAVEGÁVEL. Rapidamente a ação ganhou apoio da sociedade, com milhares de manifestações de incentivo, numa prova de que a população não aceitava mais conviver com rios mortos na maior cidade do país.

Diante disso, o Grupo Náutica prosseguiu chamando atenção da opinião pública sobre os benefícios de se recuperar os rios urbanos. No ano de 2011, por exemplo, promoveu uma surpreendente disputa entre três lanchas (que navegaram por um percurso de 13 quilômetros, em linha reta, pelo Rio Tietê) contra um carro (que enfrentou a Marginal em horário de pico de trânsito na cidade).

O trio de lanchas era formado por duas pequenas, de 14 e 19 pés, e uma esportiva, 38 pés — essa com três motores de popa e muita potência. Como era esperado, os barcos não completaram o percurso: a quantidade de lixo travou os motores nos primeiros minutos.

No ano seguinte, em 2012 (abaixo), nova disputa entre um carro e uma lancha. Dessa vez, deu barco! E com folga.

A lancha, um modelo Force One, de 27 pés, equipada com dois motores de popa de 200 hp e comandada pelo experiente piloto Denísio Casarini Filho, começou cautelosa, por conta do risco dos detritos no rio, mas em seguida deslizou sem parar pelo Tietê, completando o percurso em 12 minutos e 28 segundos — 17 minutos e 30 segundos a menos que o carro.

O resultado mostrou que — sim! — os barcos podem ser viáveis até na maior metrópole do país.

Na largada da edição de 2012, o carro, um Mercedes ML 350 CDI, guiado pelo ex-piloto de Fórmula Indy André Ribeiro, falecido em 2021, até abriu vantagem, porque a pista estava milagrosamente livre para aquele horário, primeiras horas de uma manhã de uma terça-feira. Mas, na metade do percurso, travou no congestionamento e por lá ficou, se arrastando no asfalto.

Na ocasião, André Ribeiro declarou: “É uma pena que, no trecho paulistano, o Tietê seja um rio morto. E os moradores de São Paulo já se acostumaram tanto com esse quadro que não cobram as autoridades. Isso prova que navegar na cidade é possível, desde que os rios ofereçam condições mínima”. E concluiu: “Ações como a Por uma Cidade Navegável ajudam a chamar a atenção, tanto da população quanto das autoridades, para este desperdício de oportunidade”.

André Ribeiro não se importou nem um pouco em perder o desafio para a lancha: “Apesar de o barco ter sido vitorioso, me sinto um vitorioso, pois perder para um rio limpo é uma grande vitória”, declarou na época.

Navegando de ônibus-anfíbio no Rio Tietê 

Dois anos depois, em 2014, uma nova ação dentro da campanha POR UMA CIDADE NAVEGÁVEL. Desta vez, também no Rio Tietê, um ônibus anfíbio (adaptado para trafegar no asfalto ou na água) levou a bordo ex-atletas que participaram de competições de remo e natação no próprio Tietê nos anos 1940, quando a população ainda desfrutava do rio com um lugar de lazer e esporte.

A ação serviu para mostrar a importante via de transporte que a cidade estava perdendo. De dentro do ônibus anfíbio, que navegava tranquilamente pelas poluídas águas do Tietê, era possível ver o trânsito pesado da Marginal, despertando a vontade de todos que estavam a bordo de desfrutar do rio como se fazia há 70 anos.

Quarta edição comprova evolução do renascimento do Pinheiros 

Já em 2019, foi a vez do Rio Pinheiros fazer parte da campanha POR UMA CIDADE NAVEGÁVEL, com a realização de um cruzeiro pelas então poluídas águas do famoso rio.

Na oportunidade, vários grupos de pessoas (incluindo jornalistas e fotógrafos de emissoras de tv, rádios, jornais e sites de notícias) embarcaram em um bote inflável para percorrer um trecho de seis quilômetros do Pinheiros, entre a Ponte João Dias e a usina de Traição, perto da Ponte Engenheiro Ary Torres, na Vila Olímpia, passando sob a Ponte Estaiada, um dos símbolos modernos da cidade de São Paulo.

Naquele ano, as pistas da Marginal Pinheiros, por onde andam os carros, estavam congestionadas na zona sul de São Paulo, enquanto o bote inflável, com motor de popa, deslizava tranquilo pelo leito do rio. Assim, quem estava navegando (com o barco acima dos 30 nós) levou apenas 15 minutos para percorrer esse trecho do rio, metade do tempo estimado para os carros vencerem o mesmo trajeto da Marginal.

No percurso do rio, além de sentir a cidade sob uma perspectiva diferente (e um tanto quanto impactante), os passageiros a bordo foram apresentados às capivaras, que tomavam banho de sol às margens do rio, e às garças brancas, que se alimentam dos pequenos peixes que chegam carregados por outros rios que desembocam no Pinheiros.

Boat Show encanta a cidade de São Paulo com salão náutico na Raia da USP

Em 2020, o isolamento social imposto pela pandemia incentivou o Grupo Náutica a buscar uma alternativa inteligente para a realização do São Paulo Boat Show: a Raia Olímpica da USP, no coração da metrópole. O salão náutico foi mais um exemplo da campanha POR UMA CIDADE NAVEGÁVEL, provando, na prática, que é possível sonhar com a paisagem de um rio repleto de embarcações circulando por suas águas.

A campanha POR UMA CIDADE NAVEGÁVEL tocou o coração dos governantes, que se mostraram dispostos a trabalhar pela ressurreição do Rio Pinheiros. A despoluição, antes considerada impossível, passou a ser viável. É só uma questão de tempo para a cidade de São Paulo voltar a ser navegável. Assim como algumas capitais da Europa (como Londres, Paris e Amsterdã, que despoluíram seus rios), São Paulo oferece condições para a navegação, mesmo não estando à beira-mar.

Sobre o Grupo Náutica

Com mais de 40 anos de mercado, o Grupo Náutica, fundado e presidido pelo empresário Ernani Paciornik, traz soluções em infraestrutura, eventos e comunicação náutica. É formado pela revista NÁUTICA, pioneira e líder absoluta no setor; pelo Boat Show, com as edições São Paulo Boat Show e Rio Boat Show; pela Metalu, uma das maiores construtoras de píeres do mundo; e pela Ilha dos Coqueiros, perfeita para comemorações. Além disso, edita os principais Guias de Turismo Náutico do País.

O Grupo Náutica também se preocupa com as questões sociais e ambientais e é responsável por ações como “Só Jogue na Água o que Peixe pode Comer”, além da campanha “Por Uma Cidade Navegável”.