Cerca de 300 famílias ficam sem luz nesta terça (5), no bairro do Pegorelly, após a EDP desligar ligações clandestinas feitas pelos moradores.
O desligamento dos “gatos” teria sido determinado pela justiça. A polícia militar acompanhou o trabalho da EDP.
Segundo consta, uma família teria entrado na justiça contra a EDP pela morte de uma criança eletrocutada no ano passado, mas a ligação da casa seria clandestina.
As famílias vivem em uma área ocupada irregularmente. A área foi congelada pela prefeitura.
Quem obteve água e luz antes do congelamento, manteve esses serviços. Quem ocupou a área após o congelamento teve que instalar energia clandestina.
A EDP, através de medida judicial, fez o desligamento dos “gatos”.
O prefeito Aguilar Junior disse em entrevista concedia a uma emissora de rádio que foi surpreendido com o corte de energia dos moradores, mas que a EDP fez o corte com autorização judicial.
O prefeito disse que reuniu-se com uma comissão de moradores na tarde desta terça e que iniciará a regularização fundiária no local para regularizar as casas construída no núcleo congelado.
Segundo ele, hoje, amanhã e sábado, agentes da secretaria de Habitação estarão no local para cadastrar os moradores.
“A situação lá é antiga e vamos fazer a regularização fundiária para regularizar as casas e garantir luz e água aos oradores”, afirmou.
Segundo Aguilar Junior a EDP deverá colaborar doando postes padrão aos moradores.
O vereador Ceará, que vive na região, contou que os moradores compraram os lotes desconhecendo que se tratava de um loteamento irregular.
“Não é uma invasão, são pessoas de bem que foram enganadas. Compraram os lotes desconhecendo que o loteamento era irregular”, comentou.
EDP
Na terça(5) a empresa informou que no ano passado, 2018, as equipes técnicas de campo da EDP fizeram 4.517 inspeções contra fraude de energia em Caraguá.
As vistorias da EDP são realizadas diariamente em residências, estabelecimentos comerciais e indústrias de toda a área de concessão.
O furto de energia, além de perigoso, contribui para tornar a conta de luz mais cara para todos os consumidores, uma vez que a quantidade de energia perdida por fraude e os custos para identificar e coibir as irregularidades são levados em consideração pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para estabelecer o valor da energia para cada área de concessão. O Estado também é prejudicado, já que deixa de arrecadar o Imposto sobre Comercio e Serviço (ICMS), cobrado por meio da conta de luz.
Além do impacto financeiro, os furtos e fraudes de energia pioram a qualidade do serviço prestado, prejudicando todos os consumidores. As ligações clandestinas sobrecarregam as redes elétricas, deixando o sistema de distribuição mais suscetível a interrupções e oscilações no fornecimento de energia.
“Muitas vezes, os “gatos” são feitos de forma precária, o que aumenta muito o risco de acidentes graves a quem pratica o crime e para outras pessoas.
O objetivo das ações da Empresa é eliminar estes casos, garantindo segurança e também a qualidade do serviço aos consumidores que pagam suas contas em dia,” destaca Luciano Cavalcante, gestor executivo da EDP.
De acordo com a Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia (Abradee), ligação clandestina é a segunda maior causa de morte no país relacionada à energia elétrica, só perdendo para manutenção/construção predial.
Entre 2009 e 2017 foram registrados 279 óbitos. Somente em 2017 foram 21 casos.
Vale ressaltar que o Artigo 155 do Código Penal Brasileiro, prevê que o furto de energia é crime e passível de multa e prisão de um a quatro anos para o infrator. E, conforme a regra da Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), após o flagrante, é realizada a cobrança de todo o valor não faturado durante o período do furto.