De acordo com levantamento do Sindicato que representa a categoria, o aumento ainda é reflexo das obras dos contornos da Tamoios; setor ainda vive crise
Por Ricardo Hiar, de São Sebastião
Diferente de uma tendência no país, e que também foi confirmada nas cidades que compõem a RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte), Caraguatatuba não apresentou queda no mês de outubro nas contratações da mão de obra na construção civil. Ao contrário, no município foram gerados 23 novas vagas no setor.
Para representantes da área, as obras dos contornos da Nova Tamoios são responsáveis pelo salto ainda positivo. “Caraguá vive um cenário diferenciado do restante da RMVale, está passando por uma obra de grande porte, que é a construção do rodoanel, com previsão de término só para o final do ano que vem”, explicou Mário Cezar de Barros, presidente do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Apesar disso, representantes da categoria acreditam que os dados ainda podem baixar nos próximos meses, por conta do período de chuvas e a diminuição que ocorre normalmente na demanda de serviços da construção. “A obra está com um ritmo bastante acelerado. Mas agora nos próximos indicadores isso vai cair um pouco por conta da época de chuvas, que causa redução de produtividade”, completou.
Em toda a região metropolitana, apenas a cidade litorânea teve aumento, incluindo o comparativo realizado entre os meses de janeiro e outubro de 2015 e 2016. As outras seis avaliadas pelo sindicato tiveram demissões. A pesquisa foi promovida pelo SindusCon-SP em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego.
Taubaté foi o município com a maior baixa: 391 profissionais da construção civil foram demitidos. Na sequência, vem São José dos Campos, onde 336 pessoas perderam seus empregos. Guaratinguetá fechou 87 vagas, enquanto Jacareí teve queda de 64. Também verificada pela pesquisa, Pindamonhangaba fechou 32 vagas e Campos do Jordão outras sete.
Segundo o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, as sucessivas quedas no nível de emprego na construção demonstram que as medidas destinadas ao reequilíbrio fiscal, embora necessárias, têm que ser complementadas para estimular a economia.
