O casal Diná Santos e Antônio Serrano, que ficou retido em Cusco, no Peru, devido as ações do governo local no combate ao coronavírus, chegou finalmente em Caraguatatuba. Os dois, apesar de estarem bem de saúde, terão que cumprir quarentena por terem viajado ao exterior durante o período da pandemia do coronavírus. O casal foi repatriado pelo governo brasileiro, em Cusco, onde estava isolado em um hotel da cidade, aguardando o retorno para o Brasil.
Segundo Diná, o voo de Cusco para Lima atrasou, mas porque eles são bem criteriosos: todos que iriam viajar, em fila, distantes ao menos um braço, do lado de fora do aeroporto; de máscara; ao entrar na área do aeroporto, agentes de saúde mediam a temperatura de cada um; polícia federal de lá punham os cães para farejar as bagagens; ainda em fila e aos poucos, entravamos na área interna do aeroporto para despachar as bagagens e aí ir para a sala de embarque.
“Saímos de Cusco por volta das 12:45, hora local, chegamos em Lima e descemos de uma aeronave, embarcamos no ônibus que nos levou direto onde estava o avião que nos trouxe para o Brasil. Tudo ali, no pátio de manobra, sem trânsito pelas instalações do aeroporto. Eles são muito organizados e cuidadosos quanto às medidas de prevenção”, contou.
O avião em que estavam pousou por volta das 13h30 em Guarulhos.Logo mais estarão em Caraguá. Abaixo Diná relata alguns detalhes do dia a dia do isolamento em Cusco e a alegria de poder retornar a sua cidade. Confira:
Relatos de Diná II
Bom, chegamos no Brasil, em Caraguá, em nossa casa!
Voltamos para “perto” dos nossos familiares, amigos e amores de quatro patas.
Sim, cumpriremos a quarentena! Não só porque é lei, mas porque é importante para nós e para os outros. Porque é um gesto de amor e solidariedade para com os que quiseram nosso retorno e respeito aos que não quiseram.
Foi tenso, intenso e mais um aprendizado.
Ficar em quarentena não era o problema, nem nos aborrecia, o problema era que precisávamos voltar. Temos aqui nossas obrigações e como, acredito, somos responsáveis, não poderíamos simplesmente ficar lá, daí pedimos ajuda para voltar, no que fomos prontamente atendidos, pelos amigos, autoridades, veículos de comunicação e todos que se sensibilizaram pela nossa condição.
Durante o tempo que tivemos de permanecer em Cusco, retidos no hotel, pudemos observar, pelos noticiários locais, mesmo sem entender direito o que eles falavam, como pelo simples olhar pela janela, que aquele povo é responsável.
A partir do decreto do seu governante supremo (é assim que eles tratam seu presidente), eles simplicidade obedeceram. Claro, sempre há uns “rebeldes” na galé, mas esses, se pegos, eram presos por desobediência civil ?! A grande maioria, quase a totalidade, exceção aos trabalhadores de áreas essenciais, ficam em casa. A TV mostra alguns exemplos de como a população está ocupando seu tempo, entre os moradores da mesma casa, como em “conjunto”; tipo um professor de Ed. Física que no meio do pátio do seu condomínio, dava aula de ginástica aos moradores que, da sacada de seus apartamentos, acompanhavam os movimentos. Muito legal!
A polícia e o exército nas ruas garantindo que o decreto fosse cumprido, mas quase não havia o que reprimir, pois quase não tinha gente na rua.
Nisso nosso povo precisa evoluir e entender que ter disciplina e atender ao que foi determinado não é sinônimo de alienação, é respeito e cooperação.
Estamos bem e, pela Graça de Deus, assim permaneceremos.
Agradeço novamente ao carinho de todos. Não vou nominar a todos a quem devo agradecer para não correr o risco de esquecer alguém, mas foram todos muito importantes!
Familiares, amigos (a família que escolhemos), colegas de trabalho, autoridades, meios de comunicação, a TODOS muito obrigada!!
Cabe aqui um pedido de perdão a minha filha Roberta Santos que foi ofendida, por um ser inominável, através de redes sociais, por tentar nos ajudar a compartilhar nosso desejo de voltar para casa. Perdão filha e obrigada a todos que saíram na defesa dela!
Mais uma vez: que Deus tenha piedade de nós!
O momento é de fé no poder superior!
Fiquem com Deus?