A polícia civil de Caraguatatuba conseguiu acessar os conteúdos do celular que pertencia ao empresário Joasir José Peron, de 42 anos, assassinado em abril do ano passado. A extração de dados e conversações registradas no aparelho celular e whatsapp de Peron teve autorização judicial. A maior dificuldade teria sido “abrir” o aparelho.
Peron foi executado às 7h30 da manhã, do dia 30 de abril de 2019, quando tomava café com os filhos em seu estabelecimento comercial, a Pousada e Churrascaria Peron, localizada no bairro do Poiares.

Local onde o empresário foi executado
A execução do empresário teria durado menos de cinco minutos. Um homem chegou ao local de motocicleta, entrou no restaurante e surpreendeu Peron, disferindo quatro tiros em sua cabeça. O assassino subiu na moto e desapareceu.
Os disparos foram feitos de uma arma calibre 380. O empresário morreu no local, sentado na cadeira onde tomava o café da manhã.
Através das câmeras de monitoramento e do depoimento de testemunhas a polícia não conseguiu identificar o autor dos disparos. Desde então, o acesso ao conteúdo do celular do empresário passou a ser importante para a polícia buscar desvendar o crime.
Peron tinha negócios com venda de imóveis, de veículos, empréstimo de dinheiro e envolvimento na política local. Supostamente, na ocasião do crime, estaria sofrendo ameaças, não se sabe de quem. Através do conteúdo do celular, a polícia pretende chegar ao autor ou mandante do crime.

Peron era bem relacionado e muito conhecido na cidade
O empresário era muito bem relacionado e conhecido na cidade. Tinha envolvimento com a classe política e teve contrato para realização de eventos e shows com algumas prefeituras do Litoral Norte e Vale do Paraíba.
O Tamoios News procurou a secretaria estadual de Segurança Pública e o delegado seccional do Litoral Norte, Múcio Alvarenga, mas ambos informaram que o caso continua sendo investigado e em sigilo.
Iphone
A reportagem do Tamoios News descobriu que a polícia civil conseguiu finalmente descobrir a senha e iniciar as análises dos conteúdos registrados no celular Iphone 8 que pertencia ao empresário.
“Abrir” o celular de Peron não teria sido nada fácil. O DEIC(Departamento Estadual de Investigações Criminais) de São Paulo teria tido muita dificuldade para periciar o aparelho. O celular chegou a ser encaminhado até para a Polícia Federal, no Rio de Janeiro, mas lá não conseguiram acessar ou extrair dados e arquivos armazenados em aparelho celular.
A polícia civil paulista chegou-se a cogitar encaminhar o celular para o exterior para ser “aberto” e poder acessar os conteúdos. O aparelho retornou a capital paulista, onde a polícia, após comprar um programa especial, conseguiu ter acesso ao aparelho.
Segundo informações, a polícia já estaria analisando conversas e mensagens de whatsapp e messenger, trocadas entre Peron e as pessoas com quem ele se relacionava nos negócios e no dia a dia.
O aplicativo adquirido pela polícia no exterior permitiu ainda acesso as fotos e aos vídeos arquivados no aparelho celular de Peron. A polícia estaria analisando cada conversa, mensagem, foto e vídeo.
Segundo consta, na checagem dos conteúdos, ainda na fase inicial, já teriam sido identificadas algumas conversas suspeitas, mas tudo permanece em sigilo total. A informação é que devido a grande quantidade de informações armazenadas no aparelho, a polícia levará ainda um bom tempo para concluir as investigações.