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Cia. Docas e Trabalhadores Seguem Sem Acordo

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Marcello Veríssimo

Marcello Veríssimo

Audiência de conciliação na tarde desta sexta, 21, não resolveu o impasse

Por Marcello Veríssimo

A paralisação dos trabalhadores do Porto de São Sebastião, ocorrida na última quarta-feira, 19, atingiu um dos seus objetivos, que foi o adiantamento do julgamento no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo, em que seria decidido o pedido de equiparação salarial da categoria. No entanto, na audiência de conciliação realizada na tarde desta sexta (21) não houve acordo entre trabalhadores e Cia. Docas.

“Não autorizam a equiparação dos salários. A Docas diz que não pode pagar mais nada, mantendo a posição antiga”, disse o presidente do Sindaport (Sindicato dos Trabalhadores Administrativos em Capatazias nos Terminais Privativos e Retroportuários e na Administração em Geral dos Serviços Portuários de São Paulo) Everandy Cirino. Como os trabalhadores não aceitaram a proposta da companhia apresentada no TRT, o impasse continua. “Vamos aguardar novo julgamento em aproximadamente 15 dias”, afirmou Cirino.

No site do Sindaport, um texto explica que “A principal reivindicação é a equiparação salarial e de benefícios entre os funcionários anteriormente vinculados à Dersa e os concursados da Companhia Docas de São Sebastião”. Ainda de acordo com o Sindaport, a discrepância salarial no setor de vigilância é um dos exemplos. Segundo o sindicato, “o Guarda Portuário da Dersa recebe cerca de R$ 2.800,00 e o Agente de Segurança Portuária ganha R$ 1.300,00.”

 

A semana

A greve de quarta-feira começou cedo, às 7h, reunindo trabalhadores de diversas categorias. Os grevistas contaram com apoio de lideranças e sindicalistas locais, entre eles o sindicato dos estivadores. “O trabalhador merece ao menos sua reposição salarial. Não há dúvidas que somos solidários ao movimento deles”, disse o presidente do sindicato, Robson Wilson dos Santos.

De acordo com o Sindaport, responsável pelo movimento, a Cia. Docas ainda não assinou o acordo coletivo referente ao ano passado. Em 2014, os trabalhadores do porto aceitaram a proposta da companhia de reposição salarial abaixo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação. “Na época a inflação estava em torno de 6.21%, a companhia ofereceu 5%; não aceitamos e em negociação chegamos a 5.82%, que a Docas não cumpriu”, afirma o vice-presidente do sindicato, João de Andrade Marques. “O objetivo é equiparar o piso salarial dos trabalhadores antigos, de carreira, com novos contratados”, completou.

A paralisação de quarta-feira teve adesão de aproximadamente 90% dos funcionários, segundo o Sindaport. O movimento terminou por volta das 18h.

Audiência

A audiência desta sexta-feira em São Paulo terminou por volta das 17h. O auditor fiscal do trabalho em São Sebastião, Claudio Tarifa, defendeu a equiparação dos salários. “Não é só pelo dinheiro, é também pelas conquistas desses trabalhadores”, completou o auditor, referindo-se aos benefícios sociais.

Cia Docas – A Cia Docas não comentou sobre a audiência de conciliação. Em nota, a assessoria de imprensa informou que continua em negociação com o sindicato para equacionar o pleito de unificação dos benefícios dos colaboradores concursados que ingressaram na companhia com os dos funcionários absorvidos da empresa que anteriormente administrava o Porto de São Sebastião.

Diferentemente do que informou o movimento de greve, a Docas disse que os funcionários das áreas de meio ambiente, jurídica e a guarda portuária permaneceram normalmente desempenhando suas funções. “A companhia sempre esteve aberta ao diálogo e negociação com seus funcionários e o sindicato que os representa, e sempre procura atender aos pleitos dentro do que é possível”, disse a empresa.

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