Por Salim Burihan
As águas da Lagoa Azul, um os pontos turísticos mais visitados de Caraguatatuba, foram classificadas pela quinta semana seguida como poluídas pela Cetesb(Companhia Ambiental de São Paulo).
A Lagoa Azul fica separada do mar por um grande banco de areia. Sua formação se dá na foz do Rio Jetuba. A lagoa fica na Praia do Capricórnio e o acesso é feito pela rodovia Rio-Santos.
O local pode ser visitado, mas os frequentadores devem evitar o banho em suas águas devido ao risco de doenças transmitidas pelo esgoto. O local foi sinalizado com bandeira Vermelha pela Cetesb.
O poluição das águas da lagoa preocupam os moradores do bairro do Capricórnio. Segundo eles, o esgoto que poluí as águas da lagoa vem de bairros desprovidos de saneamento básico, como o Jardim Santa Rosa e o Alto do Jetuba. Chega pelos rios que cortam esses bairros.
O repórter fotográfico e gestor ambiental, Jules Verne, que vive nas proximidades da lagoa, lembra que há muitos anos os moradores e frequentadores lutam pela despoluição das águas do local, mas que isso somente será possível quando os dois bairros(Jardim Santa Rosa e Alto do Jetuba) receberem saneamento básico.
Sabesp
A Sabesp informou que os bairros Massaguaçu, Jetuba e Capricórnio são atendidos com sistema coletor de esgotos. Já a região do Jardim Santa Rosa está passando por processo de regularização fundiária, tornando-se a partir daí apta para receber as obras de saneamento.
A Sabesp ressaltar que o contrato firmado entre a prefeitura e a Sabesp fará o município caminhar para a universalização do atendimento, lembrando que a expectativa é antecipar grande parte dos investimentos previstos pelo contrato (de 30 anos) nos primeiros 8 anos.
Recentemente, Sabesp e Prefeitura renovaram o contrato de serviços de saneamento básico que prevê investimentos na ordem de R$ 434 milhões. A cidade conta com cerca de 80% de suas moradias atendidas com coleta de esgoto.
Prefeitura
Alguns moradores, como Diego Gonçalves, demonstram preocupação de que os canais de drenagem abertos pela prefeitura possam vir a comprometer as águas da Lagoa Azul e da praia de Massaguaçu.
“A obra é bem-vinda, e espero que resolva o terrível problema das enchentes no bairro. Mas ela também trouxe a dúvida sobre o impacto dessa drenagem na balneabilidade da praia do Massaguaçu”, comentou Gonçalves, em e-mail encaminhado ao Tamoios News.
Os dados da Cetesb não demonstram, por enquanto, nada disso. Apesar de toda a chuva que atingiu a região nos últimos dois meses, a praia de Massaguaçu esteve própria para banho nas nove semanas analisadas pela Cetesb. No ano passado, 2019, a Massaguaçu esteve poluída em apenas quatro semanas. Em 2018, por apenas duas semanas.
A praia é monitorada em dois pontos pela Cetesb. A prefeitura deixou claro que os canais recebem apenas águas pluviais e não esgoto.
A Prefeitura de Caraguatatuba alega que não há motivos de preocupação. A Secretaria de Obras Públicas explica que o empreendimento é exclusivo para canalização das águas pluviais oriundas dos córregos e rios da região. Segundo a prefeitura, o único canal extravasor em construção na região do Massaguaçu é o que está em andamento e sendo finalizado.
As obras de construção do canal extravasor para escoamento das águas dos córregos da Região Norte de Caraguatatuba possuem autorização do DER (Departamento de Estradas e Rodagem) e da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
As intervenções serão concluídas no final desta semana e ajudarão no escoamento das águas dos bairros Garden Mar, Jardim do Sol e Massaguaçu, que desembocará no mar. As ações tem o objetivo principal de evitar alagamentos nestas regiões.
A obra de drenagem no Massaguaçu teve projeto aprovado pelo Estado e conta com boa parte dos recursos oriundos do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos).
O empreendimento previu a construção dos canais 10A e 10B na parte alta do Massaguaçu (já concluído) e o atual canal extravasor que está sendo finalizado. Ao todo, serão cerca de 425 metros de canais de drenagem. Todo o projeto e documentação estão a disposição dos moradores para consulta na Secretaria de Obras Públicas.