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USP realizará o maior estudo sobre hábitos alimentares no Brasil

Tamoios News

 

O Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens), da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), se propôs a realizar uma pesquisa com pessoas de todas as regiões do país para identificar características da alimentação brasileira que aumentam ou diminuem o risco de doenças muito frequentes, como obesidade, diabete, hipertensão, doenças do coração e câncer: o Nutrinet Brasil.

Estudos sobre padrões alimentares são cada vez mais usados para identificar a relação com o risco de desenvolvimento de doenças crônicas. Descobrir perfis de alimentação permite o reconhecimento da importância de certos padrões em proteger populações de doenças e promover a saúde.

“A alimentação é determinada pela cultura, história e hábitos das pessoas e não necessariamente é possível aplicar resultados de outro país que não seja dentro do próprio”, salienta Maria Laura Louzada, professora do Departamento de Nutrição da FSP e pesquisadora do Nupens, em entrevista ao Jornal da USP no Ar, da Rádio USP.

“Por isso, é muito importante estudar qual é o padrão alimentar dos brasileiros. Além de descobrir quais as características desse padrão, que possui variação regional e que vai proteger a saúde dos próprios brasileiros”, acrescenta.

“O Nutrinet se propôs a ser o maior estudo de acompanhamento de pessoas já realizado no Brasil, com o objetivo de acompanhar por dez anos pelo menos 200 mil pessoas.” Totalmente virtual e com cadastro feito no site nutrinetbrasil.fsp.usp.br, qualquer brasileiro acima de 18 anos, residente nas 27 unidades da Federação, pode participar, mediante resposta de um questionário que coletará informações como alimentação do dia anterior, histórico de doenças e escolaridade.

Padrão

O feijão e arroz da alimentação brasileira difere de países como Estados Unidos e Reino Unido, que já se caracterizam pelo alto uso de produtos industrializados alimentícios para pronto consumo. “Mas sabemos que esse padrão está mudando e, cada vez mais, nós nos aproximamos do padrão dos países do norte”, afirma a docente.

Segundo Maria Laura Louzada, é justamente por isso que, no estudo, serão observados o impacto na saúde das pessoas que tenham aderido a esse padrão mais ocidental e o que acontece com os cidadãos ao longo dos anos, caso haja mudança de seus hábitos alimentares.

A pesquisadora garante que não é preciso se preocupar com a coleta de dados, que ficarão armazenados sob absoluto sigilo.