No último domingo (29/05), coletivos e sociedade civil realizaram, em Ubatuba, um evento pedindo a descriminalização da maconha, a favor dos usos medicinais e terapêuticos da planta.
Foi também uma homenagem ao padre Antonio Luiz Marchioni, conhecido como padre Ticão, falecido em 2021, importante líder comunitário da zona leste de São Paulo e defensor da maconha medicinal.
Dezenas de pessoas acompanharam as mesas de debate realizadas pela manhã e à tarde, com os temas: “Guerra às drogas: como políticas proibicionistas afetam os aspectos social e econômico” e “Cannabis: redução de danos, uso medicinal e espiritual da planta”.
Participaram desses debates doze mulheres, profissionais de diferentes áreas como sociologia, direito, comunicação, psicologia, engenharia florestal e farmácia. O evento foi realizado no Ateliê Casa da Madeira, na rua Tupi, no bairro Itaguá. No mesmo local ocorreu a concentração da passeata, que percorreu com tambores e cartazes a rua Guarani, a Avenida Escultor e Pintor da Motta (antiga Nove de Julho), passando pela praça Capricórnio e terminando em frente ao Sobradão do Porto.
Foto: Eduardo Enomoto
O manifesto da marcha foi lido na semana passada, na tribuna da Câmara de Ubatuba, por uma das organizadoras do movimento, Sônia Maria Almeida de Melo. Segundo o texto, entre os coletivos envolvidos estão: o Movimento pela Regulamentação da Cannabis Medicinal (MovReCaM), a Associação Cannabica de Ubatuba (ACANNUBA), o Instituto Jurema, o Comitê de Luta Antiproibicionista do Estado de São Paulo, o Coletivo Feminista de Ubatuba e o Acolhimento Santa Maria Ubatuba (ASMU).
“Nosso manifesto é por respeito, inclusão, antiproibicionismo, política de segurança e saúde pública, é por direitos humanos, garantias de acesso à cannabis medicinal, por políticas de redução de danos, livre cultivo e direito de manifestação espiritual com a planta!”, diz o texto, resumindo as principais reivindicações da marcha.
O manifesto completo pode ser conferido no vídeo, a partir dos 21 minutos:
No Litoral Norte de São Paulo, Ubatuba foi a única cidade onde a marcha da maconha foi realizada. Mas, pelo Brasil, o movimento aconteceu em outros estados e cidades. Também no domingo (29/05), foram registrados atos semelhantes em Fortaleza (CE) e Volta Redonda (RJ). Na semana passada, foi realizada uma marcha da maconha no Recife (PE).
Na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), foi instaurada a primeira “Frente Parlamentar em Defesa da Cannabis Medicinal e do Cânhamo Industrial” do país. No dia 25 de maio, o grupo formado por 20 membros de 13 partidos diferentes, realizou a 5ª Audiência Pública sobre o tema. Um dos objetivos é democratizar o uso de medicamentos à base de cannabis através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Por Renata Takahashi/ portal Tamoios News
