Agência do Bradesco, em Boiçucanga, havia retomado as atividades, mas voltou a aderir o movimento grevista nesta quarta (21)
Por Ricardo Hiar, de São Sebastião
Depois de voltar a funcionar na última semana, a agência do Bradesco, em Boiçucanga, na Costa Sul de São Sebastião, fechou novamente as portas para o público nesta quarta-feira (21) e os funcionários retomaram a greve. Com isso, voltou a 100% o número de agências que permanecem paralisadas há mais de duas semanas em toda a região.
Segundo o diretor do sindicato dos bancários, Rafael Rodrigues, a categoria manterá a greve por tempo indeterminado e não voltará a negociar enquanto os bancos não alterarem as propostas e darem atenção às reivindicações.
“Quem está prolongando a greve não são os funcionários e sim os bancos, que insistem em não cumprir com direitos básicas dos trabalhadores, como o reajuste dos salários de acordo com a inflação do período”, comentou.
Ele disse ainda que o sindicato reivindica, inclusive, melhores condições de trabalho e a contratação de mais funcionários, para que ocorra um atendimento mais eficaz aos clientes da rede bancária.
Rodrigues comentou que algumas agências estavam querendo pressionar para poder forçar as volta dos funcionários, mas que o sindicato conseguiu uma liminar na justiça que dá garante o direito de reivindicar dos funcionários e a manutenção da paralisação.
“A prática de antissindical de gestores é uma das estratégias comumente usada pelos bancos para burlar o direito legal dos bancários de participarem da greve e lutarem pelos seus direitos”, comentou o presidente do sindicato, Geraldo Soares dos Santos.
A liminar foi emitida pela 2ª e 5ª vara da Justiça do Trabalho de São José dos Campos, proibindo os bancos Bradesco e Itaú de interferir no exercício da atividade sindical.
A decisão proíbe a exigência do banco em convocar o funcionário para trabalho fora do horário, em local diverso daquele onde exerce atividade e ligar para os empregados com intuito de constranger e ameaçar para retorno ao trabalho. No documento, o juíz fixou multa diária de R$ 10 mil, no caso de descumprimento das obrigações impostas.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu nas últimas rodadas de negociação, reajuste de 7% e abono de R$3,3 mil. A classe, no entanto, pede reposição da inflação de 9,62%, além de mais 5% de aumento real, entre outras reivindicações.