Ubatuba

Com cerca de mil sepultamentos por ano, cemitérios em Ubatuba precisam de manutenção

Tamoios News
Foto: Raell Nunes

Moradores reclamam de mau cheiro, mato alto e até lixo nas redondezas onde ficam as gavetas e túmulos

Por Raell Nunes, de Ubatuba

Nos cinco cemitérios existentes em Ubatuba, cerca de mil pessoas são sepultadas por ano, segundo dados da Gerência de Cemitérios da Prefeitura. No entanto, nas áreas reservadas aos falecidos na cidade, há mato alto, falta de cuidados com as tumbas, abandono.

Os cemitérios do Camburi e Ubatumirim são os que têm menos mortos sepultados. A soma dos dois resulta em cerca de 950 sepultamentos. No Camburi estão os restos mortais de pessoas das comunidades quilombolas. Já no Ubatumirim, é onde são enterrados após a morte os indígenas.

A Caçandoca também possui um local destinado aos sepultamentos e reúne 1,5 mil defuntos. Apesar disso, os locais que mais recebem os mortos no município são as áreas do Ipiranguinha e Centro.

No cemitério do Ipiranguinha, que atualmente está com mais de 6,5 mil encovados, moradores do bairro afirmam que seus entes ficam em condições desumanas, pois se acha até lixo em suas adjacências. Outro problema, conforme relatado, é quando chove. “Fica com muitas poças d’água, lama, não dá para andar”, diz o munícipe Giliard Briet Souza, 22, que foi visitar o túmulo de seu pai.

O recinto de jazigos do Centro tem mais de 7,1 mil finados e já foi considerado o lugar dos “mortos ricos” de Ubatuba. Lá estão enterrados personalidades da municipalidade, tais como o Capitão Deolindo, Altimira Silva Abirached, Aurelina Ferreira, Dona Maria Alves e Ciccillo Matarazzo. O espaço também preserva ataúdes do século 19. Mesmo com toda a história que o cerca, o território também sofre com a escassez de manutenção na atualidade.

Os munícipes também reclamam de mau cheiro perto das gavetas que se encontram os cadáveres. De três em três anos, ocorre uma vistoria nos setores nos quais há mortos para que se faça uma espécie de substituição. As ossadas que estiverem se decompondo são retiradas para darem lugar aos novos corpos e assim sucessivamente. À vista disso, não existe um número total de pessoas que já foram sepultadas em Ubatuba, mas sim dados do momento.

A lei n° 1765 de 12 de novembro de 1998, que dispõe sobre a regularização dos cemitérios municipais, diz no artigo 8º que as exumações somente poderão realizar-se decorrido o prazo mínimo de três anos e serão autorizados para fins de reconstrução de jazigos, para translado, a fim de atender novos sepultamentos e em casos de remanejamento pela administração. “A translação dos ossos para o ossuário das sepulturas de uso temporário, se dará ao fim de três anos, independente de aviso à família”, acrescenta o artigo 9°.

Existem quatro funcionários que exercem a profissão de coveiro nos cinco cemitérios ubatubenses. Quando se tem mais ocorrência em um ou em outro local, eles se deslocam. A Gerência de Cemitérios também dispõe de mais dois funcionários da Comtur (Companhia Municipal de Turismo de Ubatuba) para serviços gerais.

Sobre esta questão, a lei informa que a construção, a reconstrução e a reforma de jazigos, túmulos e gavetas, poderão ser executadas por profissionais autorizados pela administração e observada as exigências estabelecidas para tal feito. “Não é permitido o plantio de árvores e arbustos nas proximidades dos jazigos ou sobre as sepulturas”, completa o artigo 12.

Segundo a Planstel, único funerário e velório de Ubatuba, um serviço completo incluindo urna mortuária (caixão), ornamentação da urna com flores naturais, higienização, tanatopraxia, necromaquiagem custa, em média, de R$ 1 e 3 mil. Entretanto, há planos luxuosos que chegam a gerar um gasto de até R$ 20 mil. Para homenagear amigos e familiares, a coroa de flores fica entre R$ 250 a R$ 500.

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