O Comandante do CPI-1, Coronel José Eduardo Stanelis concedeu uma entrevista exclusiva a repórter Vitória Regô, na qual fala de sua trajetória e de ações de combate a violência contra a mulher. Confira:
Comandante, gostaria que contasse um pouquinho da sua trajetória. E como é estar à frente do Comando Regional?
Para mim é um grande prazer comandar uma equipe tão boa como é a equipe do CP-1, nós respondemos por 39 municípios, da região do Litoral Norte, Serra da Mantiqueira e Vale do Paraíba. Nós temos uma equipe fantástica, que nos apoia e está sempre com a gente. É uma grande honra comanda-los. Na verdade, é assim, minha trajetória, é uma continuidade da trajetória da minha família. O meu pai é um caiçara, que nasceu na ilha Anchieta, na época que existia o presídio na Ilha. O pai dele, o meu avô, era escrivão do presídio, os meus tios eram soldados da força pública que tomavam conta dos presos.
Inclusive, quando teve a rebelião eles trocaram tiros com os presos, combateram os presos, participaram de todo aquele processo. Meu pai se formou na Polícia Militar. Quando ele era capitão veio para o Litoral Norte, trazendo uma companhia de Itapecerica da Serra e depois montou o vigésimo batalhão de Polícia Militar. Então, ele praticamente implantou os serviços de Polícia Militar no Litoral Norte. Quando eu me formei na academia de Policia Militar do Barro Branco em 1989, fiz o curso de bombeiro e em 1991 vim pra cá. E aí, só existia o posto de bombeiros de São Sebastião. E nós começamos a implantar postos de bombeiro. No ano de 1999 nós implantamos o posto de Caraguatatuba, no ano de 2000 o novo posto de São Sebastião, agora junto com a Petrobras, em 2007 implantamos o posto de bombeiros de Ubatuba e em 2011 o de Ilhabela. Então assim, meu pai implantou o serviço de policiamento e a gente acabou implantando os serviços de combate incêndio e resgate do corpo de bombeiros no litoral.
O senhor é referência na questão da violência contra a mulher e já idealizou projetos como a Patrulha Maria da Penha. Como é desenvolvido esse projeto?
A Polícia Militar está dando sua contribuição na defesa das mulheres. Nós temos a constituição federal que assegura os direitos das mulheres. Nós temos a Lei Maria da Penha, mas nós precisamos de mecanismos que façam com que esses direitos saiam do papel. E a Polícia Militar tem feito isso. Nós temos um Aplicativo, chamado “SOS Mulher”. Então toda mulher que é agredida faz um boletim de ocorrência na delegacia, o juiz pode conceder a ela uma medida protetiva. A partir daí ela instala o APP no celular e consegue acionar a Polícia Militar rapidamente. Porque esse APP traz um localizador, que mostra exatamente onde a mulher está, e a viatura chega rapidamente ao local. E a Patrulha Maria da Penha é um complemento desse aplicativo. Então quando a mulher sofre uma violência ela é cadastrada no nosso projeto e a viatura vai visita-la para saber como está, para dar um conforto, uma tranquilidade.
E visita também o agressor, para desestimular a continuar com as agressões e inclusive explicar para ele as consequências jurídicas que podem advir dessa agressão. Mas eu acredito que a sociedade como um todo, precisa se envolver nessa problemática, não basta ter lei, não basta que a Polícia Militar tenha mecanismos para proteger as mulheres. Mas nós precisamos de uma conscientização da sociedade com relação a esse problema para combater efetivamente a violência contra as mulheres.
Qual providencia tomar no caso de presenciar uma agressão?
Em primeiro lugar, ligue 190. Nós vamos mandar rapidamente uma patrulha para socorrer essa pessoa que estiver sendo agredida. Quem pode ligar? Qualquer pessoa, a pessoa que está sendo agredida, um vizinho, um parente, quem passar na rua e presenciar essa agressão é importante que ligue. E também pode ligar 180 para que nós possamos levar essa pessoa para a delegacia, fazer um boletim de ocorrência, na delegacia de defesa da mulher. E assim efetivar a proteção contra essas mulheres.
Qual orientação o senhor poderia passar para nossos leitores?
Conte com a Polícia Militar, procure tratar as pessoas com carinho, violência não leva nada, só causa mais problemas. Mas se você presenciar um caso de violência, ligue 190 que nós rapidamente iremos atender as mulheres.
Comandante, gostaria de agradecer novamente sua presença. É uma honra tê-lo aqui no portal Tamoios News.
Nós é que agradecemos a oportunidade, a polícia militar está à disposição da sociedade, das nossas queridas mulheres. Conte com a Polícia Militar, a força pública de São Paulo.
Em vídeo, o coronel Stanelis fala sobre a Lei Maria da Penha e dá recomendações às mulheres. Confira: