As chuvas e as interdições na Rio-Santos prejudicaram o comércio de São Sebastião no mês de maio. A queda no movimento do comércio em geral teria sido de 30%. Alguns comércios da cidade chegaram a ter até 45% de redução no movimento no mês passado. O prefeito Felipe Augusto informou que o Estado deve retomar o mais rápido possível as obras do contorno Sul
Por Salim Burihan
O comércio de São Sebastião sofreu uma queda, em média, de 30% em seu movimento no mês de maio, devido às interdições ocorridas no Km 118 da rodovia Rio-Santos, por causa das chuvas e deslizamentos.
As interdições parciais ou totais, nesse trecho da Rio-Santos, afetou profundamente a economia do município no mês passado, segundo os comerciantes e empresários da cidade.
O presidente da Associação Comercial de São Sebastião, Olivo Balut, disse que, maio foi um mês atípico na economia da cidade por causa das chuvas e das interdições na Rio-Santos.
Segundo ele, alguns comércios chegaram a ter um prejuízo de 45%, mas na média a queda no comércio teria sido de 30%.
“As interdições no Km 118 da Rio-Santos prejudicaram muito o comércio de uma maneira geral. O turismo foi afetado e alguns comerciantes ficaram até 15 dias sem receber mercadorias e com baixo movimento”, disse.
Essa situação, segundo ele, acabou gerando desemprego no comércio local. “Não ocorreram mais demissões porque o comerciante não tem recursos para quitar as rescisões”, disse.
Balut elogiou a atuação da prefeitura, do DER e dos bombeiros nas interdições e na desobstrução da pista, mas entende que é preciso buscar alternativas para que a cidade não fique isolada em períodos de chuva forte.
Segundo ele, a Rio-Santos, no trecho da costa sul, também, enfrenta problemas. “O ideal é a retomada das obras do contorno Sul da Tamoios, caso contrário corremos o risco de ficar isolados”, afirmou.
Balut acha que o pior momento (maio) já passou e que as férias de julho devem melhorar o movimento no comércio. Ele destacou a importância dos eventos programados pela prefeitura, que atraem turistas e fomentam o comércio.
O comerciante Paulo Pirica, dono de dois postos de gasolina, um no Porto Grande e outro, no Pontal da Cruz, confirmou que teve queda de 30% no movimento dos estabelecimentos durante os quatro dias em que a Rio-Santos sofreu interdições totais ou parciais.
“A maioria dos moradores e turistas, nos dias em que a Rio-Santos esteve interditada no Km 118, nas Cigarras, optou em utilizar a rodovia através da costa sul (Mogi/Bertioga). Isso afetou muito o comércio estabelecido na ligação entre São Sebastião e Caraguá”, relatou.
Segundo Pirica, a situação melhorou um pouco quando a prefeitura e o DER desobstruíram a pista e implantaram a operação Pare e Siga no Km 118. “Foi uma situação emergencial. Acredito que o pior já passou”, comentou.
Maurício Nunes, da Transcopa Transportes, que atende o porto , comércios e as indústrias, disse que é preciso o Estado retomar rapidamente as obras do contorno Sul da Tamoios.
Nunes, que atende o transporte de cargas no porto sebastianense, disse que, durante as interdições e restrições de cargas no Km 118, teve que fracionar as cargas em até três caminhões para poder atender a demanda de seus clientes.
“Com o fracionamento das cargas, triplicamos as despesas. Foi um período muito complicado”, disse.
Segundo ele, a Rio-Santos tem limitações no transporte de carga pesada, principalmente, que chegam ou embarcam no porto sebastianense.
“Na costa sul, por exemplo, é proibido o tráfego de caminhões pesados. Quando interdita a rodovia no trecho norte de São Sebastião, como foi o caso do Km 118, fica complicado atender ao porto. Por isso, o Estado precisa, urgentemente, reiniciar as obras dos contornos”, finalizou.
As interdições no Km 118 e a redução no limite de cargas no trecho, também, causaram prejuízos ao porto de São Sebastião.
Segundo Vitor Costa, presidente da Companhia Docas de São Sebastião, quando ocorreu a interdição total do Km 118, dois navios programados para atracar em São Sebastião, cancelaram as operações, optando em utilizar o porto de Santos.
Felipe Augusto
O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, disse que, a rodovia Rio-Santos é uma estrada antiga, com limitações e que o contorno Sul da Tamoios foi implantado com o objetivo de melhorar e agilizar o acesso até São Sebastião.
“A Tamoios e os contornos foram viabilizados com o objetivo de melhorar o acesso as cidades do Litoral Norte e atender ao porto de São Sebastião. Temos conversado com o governador, com o vice, com representantes do governo, cobrando a retomada das obras”, adiantou.
Segundo Felipe Augusto, o governador Doria encaminhou um projeto à assembleia pedindo autorização legislativa para acabar com a Dersa e com isso, poder agilizar as obras paralisadas, entre elas, a dos contornos.
“Acredito que em 180 dias teremos a contratação de novas empresas e a retomada das obras, que são fundamentais para a nossa região”, concluiu.