Por Salim Burihan
Algumas comunidades caiçaras isoladas decidiram não abrir suas portas aos visitantes mesmo com a flexibilização das atividades comerciais e turísticas pelas prefeituras. Os moradores mantém o autoisolamento e só pretendem reabrir ao turismo quando a pandemia estiver sob controle. A prioridade é garantir a saúde dos moradores.
Em Ilhabela, por exemplo, mesmo com a liberação da travessia da balsa e a abertura de restaurantes e hotéis que deve ocorrer brevemente, a comunidade do Bonete, no sul da Ilha, permanece “fechada” aos visitantes, ninguém entra e ninguém saí, isso só ocorre em casos de necessidades essenciais, quando os boneteiros precisam ir até a Vila para fazer compras, ir ao médico ou ao banco.
O Bonete está fechado ao turismo desde o dia 20 de março. A comunidade optou pelo auto-isolamento para evitar a chegada do novo coronavírus ao local. A medida funcionou, a vila que tem cerca de 300 moradores, até o momento não registrou nenhum caso da doença.
Os proprietários de pousadas também só pretendem reabrir seus estabelecimentos quando não houver riscos de contaminação. A prefeitura deve liberar a abertura a partir de 15 de julho, mas eles só pretendem abrir seus estabelecimentos a partir de agosto, mesmo assim, se a pandemia estiver controlada.
Bonete é uma das comunidades caiçaras isoladas mais visitadas do Litoral Norte. O acesso até o Bonete é feito por trilha ou pelo mar. O local conta com um camping, três quiosques, cinco pousadas, cinco restaurantes e mais três comércios, um de açaí, outro de lanches e uma pizzaria.
A comunidade caiçara da Praia do Sono, em Paraty, um dos locais mais visitados do litoral sul fluminense, também decidiu permanecer fechada ao turismo, mesmo com a reabertura de hotéis e pousadas pela prefeitura local.
Em reunião recente, a associação de moradores originários da Praia do Sono decidiu que mesmo com a possibilidade de abertura para o segmento do turismo em Paraty, o local permanecerá fechado aos turistas e, também, para os parentes que não moram na praia.
A comunidade estará na trilha de acesso permitindo apenas a entrada de moradores . Também pelo mar, através de barcos, passarão apenas moradores.
“Esse fechamento se dará por tempo indeterminado e seguindo sempre as orientações da Organização Mundial da Saúde(OMS), Fundação Osvaldo Cruz, Ministério da Saúde e secretaria da saúde municipal. Nossa comunidade assim como Paraty dependem do turismo porém queremos receber nossos visitantes e também nossos parentes quando esse exercício não comprometer nosso bem maior, nossa vida”, informou a associação.