Professor Gleivison chegou a emitir nota de repúdio nas redes sociais
Por Leonardo Rodrigues, de São Sebastião
O cadastramento no Programa Emergencial de Auxílio Desemprego (PEAD), desenvolvido pela Prefeitura, tem gerado confusão entre os vereadores de São Sebastião. Isso porque, segundo os parlamentares, os critérios exigidos para o cadastramento não estariam claros.
Eles atribuem a confusão à divulgação feita pelo Poder Executivo. Entre os pares que questionam o Programa pelas informações já colocadas em público está o “G-6”, grupo formado pelos vereadores Onofre Neto (DEM), Maurício Bardusco (PMDB), Professor Gleivison Gaspar (PMDB), Ernaninho (PSC), Giovani Pixoxó (PSC) e Pastor Elias (DEM).
Estes vereadores se reuniram ontem (8) e se mostraram irritados com insinuações de que os parlamentares estariam divulgando o Programa com o objetivo de passar a impressão de autoria. Eles prometem levar o assunto à plenário na sessão desta terça-feira (9).
“Ninguém aqui quer se candidatar a pai do Programa. O que queremos é entender. Além do que as divulgações do Programa foram feitas pela maioria dos vereadores, atendendo uma solicitação da própria Prefeitura, que pediu para ajudar”, disse o vereador Neto em entrevista ao Tamoios News.
Neto explicou que o Poder Executivo enviou aos vereadores decretos assinados pelo prefeito, Felipe Augusto, além do próprio edital, mas que tais documentos trariam informações conflitantes entre si.
“A primeira publicação disse que tinha um teto de 300 vagas, já a segunda falou que não tinha limite, depois enviaram outra publicação falando que o cadastro estava condicionado aos que já eram assistidos pelo Cras, ou que se encontravam em estado de vulnerabilidade. Se divulgamos foi para atender um favor, porque pediram (Prefeitura) que ajudássemos com isso. Repito, ninguém aqui, quer ser pai de filho bonito, no máximo tio, ou padrinho” ironiza.
De acordo com Neto, a única cobrança feita pelo G6 não é pela autoria, mas pela implantação, já que o projeto foi apresentado em fevereiro. “Cobrávamos a demora na implantação. Mas agora estamos tentando entender, e ainda vemos que nas redes sociais pessoas ligadas a Prefeitura atacando vereador por estar divulgando o Programa, que eles pediram para divulgar. Isso é uma palhaçada”, considera Neto.

Foto: Rafael César
Nota de repúdio – O Professor Gleivison também fez uso de suas redes sociais para se manifestar. Ele emitiu uma nota de repúdio e indignação no que entende por “ataques ao Poder Legislativo, risco a democracia”. Ele diz perceber esse direcionamento contrário à Casa de Leis quando leu as petições do Governo Municipal para alterar a Lei Orgânica do Município (LOM). “Só que agora analisando o comportamento de cargos de confiança que iniciaram um processo, de baixíssimo nível, de tentar desmoralizar o trabalho dos vereadores ficou muito mais clara a intenção do governo”, diz em referência a críticas, também nas redes sociais, aos vereadores, com insinuações de que os pares estariam querendo a autoria do Pead.
Gleivison considera que só após três meses da assinatura do Decreto que reativou o PEAD é que a Prefeitura abriu o cadastro, mas com publicação de edital sem informações básicas como: número de vagas, dotação orçamentária para realização do programa, data para início das atividades.
“Causa muita indignação ver funcionários comissionados pagos com o dinheiro dos nossos impostos perderem tempo com textos de baixo nível com a única intenção de atacar os representantes do povo. Esses ataques ao vereador melhor avaliado pela população sebastianense demonstra a falta de respeito do governo com a população, pois o vereador nada mais é que o representante do povo, portanto esse ataque não foi ao Gleivison Gaspar, esse ataque foi contra a instituição Poder Legislativo e principalmente foi contra toda a população”, avalia o Professor.

Foto: Leonardo Rodrigues
Redes sociais – O incômodo dos parlamentares foi parar nas redes sociais. O presidente da Câmara, Reinaldo Alves Moreira Filho (PSDB), fez uma postagem considerando o potencial do Programa, que é de iniciativa da Prefeitura, e que por isso, muitos estariam se candidatando como responsáveis. Ele também aborda os critérios para o cadastramento que começa nesta terça-feira.
“Vale lembrar que este programa é um programa social!! Que tem critérios!! Que tem um público alvo a ser atingido! Este programa não é “OPORTUNIDADE DE EMPREGO” em si! Ele vem atender famílias em vulnerabilidade e que necessitam receber qualificação profissional e educacional para conquistarem um emprego digno, sustentarem suas famílias e possivelmente saírem desse estado de vulnerabilidade! Essas pessoas muito provavelmente já estão sendo assistidas pelo CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), então quero chamar a atenção apenas para não surgir algumas falsas esperanças”, afirmou o chefe do Poder Legislativo.
O Programa ser para pessoas já atendidas pelo Cras também foi o entendimento de Maurício do Canto do Mar, que em sua página oficial nas redes sociais reafirmou sobre o cadastro ser direcionado para famílias assistidas pelos Centros de Referência da Assistência Social da cidade, ou que estejam em situação de vulnerabilidade.