Protesto com cartazes e “grito de guerra” chamou a atenção de quem passou pela rua
Por Raell Nunes, de Ubatuba
Mesmo sob um sol por volta de 25°C na manhã desta segunda-feira (21), os ex-funcionários da Santa Casa de Ubatuba fizeram uma manifestação para receber seus direitos trabalhistas, previstos em lei. Dos mais de 40 demitidos nos últimos meses, cerca de 20 protestavam na porta da instituição. “Queremos receber, queremos receber!”, afirmavam.
Os ex-empregados carregavam cartazes com os dizeres: “Mais de 45 funcionários sem receber é desumano”, “Santa Casa não paga direitos trabalhistas”, “Só queremos receber nossos direitos”, entre outros. Os ex-trabalhadores também alegaram que a Santa Casa diz que não tem dinheiro para pagá-los, mas recebe um repasse de R$ 2 milhões da Prefeitura em dia.
De acordo com os organizadores do protesto, os que foram mandados embora não querem entrar na justiça para receber o dinheiro que lhes é garantido pelas leis trabalhistas. Conforme explicam, esse processo é prejudicial ao hospital. De fato, os que foram demitidos preferem tudo segundo as normas que regem o país. Eles também falam que através de um processo judiciário teriam que pagar um advogado e, por consequência, perderiam 30% dos benefícios.
Antonia Angela de Souza ,59, mais conhecida por Toninha, trabalhou 20 anos na unidade hospitalar como ajudante de serviços gerais, e disse que ia se aposentar no ano que vem. Mesmo assim foi mandada embora. “Não estou trabalhando em nenhum lugar. Está tudo difícil ultimamente. Quando me demitiram, não justificaram. Minhas contas estão todas atrasadas”, desabafou.
Outro lado
A equipe gestora do hospital esclareceu que os acertos legais estão sendo realizados. Porém, segundo explicou, estão atendendo a um teto pré-estabelecido pelo setor financeiro, de acordo com a realidade atual. Há um teto que deve atender o pagamento conforme os seguintes critérios: preferenciais, ordem cronológica da dispensa e, por fim, a ordem alfabética.
Em nota, o provedor da Santa Casa esclareceu que a folha de pagamento dos funcionários tornaram-se maiores que a equipe médica, o que é claramente inviável. “Antes das demissões, buscamos diversas alternativas para que se evitasse tal resultado, inclusive com reuniões com o sindicato dos trabalhadores, contudo, sem resultados. Antes das demissões, buscamos diversas alternativas para que se evitasse tal resultado, inclusive com reuniões com o sindicato dos trabalhadores, contudo, sem êxito”.
A assessoria de comunicação do hospital informou que a atual administração prima pelo cumprimento das leis e se baseia nelas.